Friday, December 30, 2011
Monday, December 26, 2011
Até amanhã, camaradas
(Ulrich Beck, in Le Monde, 27 de Dezembro)
Saturday, December 24, 2011
Thursday, December 22, 2011
Wednesday, December 21, 2011
Tu quoque, Brutus?
Contra a germanofobia (2)
(Cf. Susan Strange, The Retreat of the State. The Diffusion of Power in World Economy, Cambridge University Press, 1996)
Parece-me, assim, uma perspectiva inactual, por demasiado "westphaliana", falar de uma irresistível "vontade de poder" alemã, que estaria na base das opções da Sra. Merkel. A Alemanha está a ser tão arrastada pelos "sujeitos não estatais" como todos os outros. Está é a responder a situações novas com ideias velhas. Como todos os outros. Como todos nós.
Monday, December 19, 2011
Sunday, December 18, 2011
Rule Britannia
Fartos estamos nós de Luís Figo!
Não, quero vender porque estou um bocado farto disto.
(Luís Figo, grande futebolista, orgulho de Portugal)
Ainda Goa: testemunho de Constantino Xavier
Hoje, 18 de Dezembro
Lembrar-me-ei sempre daquela conferência de imprensa, no final da cimeira luso-indiana em 2007. O Primeiro Ministro Manmohan Singh declarou nessa ocasião "reconhecer e valorizar gratamente o contributo dado à Índia pela presença de Portugal em Goa, Damão e Diu". Os colegas indianos enviaram-nos sorrisos de congratulação e (até) de surpresa.
Mas nem uma palavra desta declaração veio referida sequer na nossa imprensa. A jornalista portuguesa que estava na conferência perguntou, sim, com pretensões patrióticas e pronúncia lisboeta : "Como se sente Portugal, depois de ter dominado no passado o comércio com o Oriente, ao vir agora solicitar investimentos à Índia?"
As gargalhadas subsequentes dos colegas indianos far-me-ão sempre recordar aquela rapariga tão patriota...
Saturday, December 17, 2011
Entre o Papa e Lutero
Voilà pourquoi une Europe uniquement allemande est gravement menacée. La rigueur budgétaire est nécessaire comme politique mais pas comme idéologie.
Comment en sortir? On peut être pessimiste si cela relève du dialogue des religions: entre le pape et Luther, aucune synthèse n'a jamais été trouvée. Si l'Allemagne accepte de venir sur le terrain du pragmatisme, tout est possible. Mais encore faut-il que le monde latin l'occupe et avance des arguments sérieux.
Or, et on ne le dira jamais assez, c'est là le fond du problème: la France n'a plus d'idée européenne. L'Allemagne n'a pas d'idée du monde, il faut lui en soumettre une, mais la France est incapable de livrer le début du commencement d'une théorie de la mondialisation, sauf à radoter que l'Europe doit dépenser et se protéger. Argument papal, non recevable outre-Rhin.
Qu'est-ce qu'un modèle de modernité européenne intégrant les deux nouvelles puissances réelles d'aujourd'hui, les marchés financiers et la Chine? Il n'y aura pas d'Europe sans réponse aux questions en profondeur d'un Schäuble. Le dialogue franco-allemand doit rénover l'idée de justice sociale, de solidarité entre générations, de capitalisme modéré. Et vite. Tous les jours, l'autre monde écrase l'Europe, la France et l'Allemagne.
Eric Le Boucher
Chronique également parue dans Les Echos
À saúde de Eduardo Lourenço
"Seria necessária uma malícia sublime, uma suprema malícia do conhecimento, consciente de si própria, que é parte integrante da grande saúde; seria necessária - para dizer em poucas palavras e de forma terrível - precisamente essa grande saúde! E será que ela ainda é possível?"
(Nietzsche, Para a Genealogia da Moral, II, 24)
Para Eduardo Lourenço, que sempre manteve, no meio de nós, a saúde da sua inteligência e a malícia do seu saber.
Friday, December 16, 2011
Nietzsche sobre a dívida
Nietzsche, Para a Genealogia da Moral, II, 4
Thursday, December 15, 2011
A ética protestante e o espírito do capitalismo
É Lutero que levanta contra Roma a espada e o crucifixo!
Tuesday, December 13, 2011
Natal e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
Monday, December 12, 2011
Saturday, December 10, 2011
A Europa alemã
(Gérard de Nerval)
à memória de Heinrich Heine
É pela beira do Reno
que hoje me ponho a pensar
e o sossego que temo
faz-se de um adivinhar
de brumas e de rigor
que fazem perder a graça
de Deus e o seu amor
ao que fomos e ao que passa.
Lutero joga ao diabo
o tinteiro na parede:
joguemos sobre o passado
as malhas da velha rede,
a que emerge entre ruínas
e sabe de piores sinas.
Sunday, December 4, 2011
Contra a germanofobia
Saturday, December 3, 2011
Coliseu, 2 de dezembro de 2011
Thursday, December 1, 2011
Um estilo alemão
Sunday, November 27, 2011
Comentário a uma ode de Horácio
Uma ode de Horácio
que fim a nós os dois os deuses destinaram;
não consultes sequer os números babilónicos:
Melhor é aceitar! E venha o que vier!
Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos,
quer seja o derradeiro este que ora desfaz
nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,
vive com sensatez destilando o teu vinho
e, como a vida é breve, encurta a longa esp'rança.
De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:
trata pois de colher o dia, o dia de hoje,
que nunca o de amanhã merece confiança.
Horácio
Tradução de David Mourão-Ferreira
Monday, November 21, 2011
Jorge Luis Borges, "The Unending Gift"
Un pintor nos prometió un cuadro.
Ahora, en New England, se que ha muerto. Sentí
como otras veces, la tristeza y la sorpresa
de comprender que somos como un sueño.
Pensé en el hombre y en el cuadro perdidos.
(Sólo los dioses pueden prometer, porque son inmortales).
Pensé en el lugar prefijado que la tela no ocupará.
Pensé después: si estuviera ahí, sería con el
tiempo esa cosa más, una cosa, una de las
vanidades o hábitos de mi casa; ahora es
ilimitada, incesante, capaz de cualquier
forma y cualquier color y no atada a
ninguno.
Existe de algún modo. Vivirá y crecerá como una
música, y estará conmigo hasta el fin.
Gracias, Jorge Larco.
(También los hombres pueden prometer, porque
en la promesa hay algo inmortal).
De Elogío de la Sombra, 1969
Sunday, November 20, 2011
Ítaca
ÍTACA
Konstantinos Kaváfis
(Trad. José Paulo Paes)
Se partires um dia rumo a Ítaca,
faz votos de que o caminho seja longo,
repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o colérico Posídon te intimidem;
eles no teu caminho jamais encontrará
se altivo for teu pensamento, se sutil
emoção teu corpo e teu espírito tocar.
Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o bravio Posídon hás de ver,
se tu mesmo não os levares dentro da alma,
se tua alma não os puser diante de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
nas quais, com que prazer, com que alegria,
tu hás de entrar pela primeira vez um porto
para correr as lojas dos fenícios
e belas mercancias adquirir:
madrepérolas, corais, âmbares, ébanos,
e perfumes sensuais de toda a espécie,
quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egito peregrina
para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo Ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas não apresses a viagem nunca.
Melhor muitos anos levares de jornada
e fundeares na ilha velho enfim,
rico de quanto ganhaste no caminho,
sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu, se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência,
e agora sabes o que significam Ítacas.
Wednesday, November 16, 2011
Naufrágio com espectadores
Nous autres, civilisations, nous savons maintenant que nous sommes mortelles.
Nous avions entendu parler de mondes disparus tout entiers, d’empires coulés à pic avec tous leurs hommes et tous leurs engins; descendus au fond inexplorable des siècles avec leurs dieux et leurs lois, leurs académies et leurs sciences pures et appliquées, avec leurs grammaires, leurs dictionnaires, leurs classiques, leurs romantiques et leurs symbolistes, leurs critiques et les critiques de leurs critiques. Nous savions bien que toute la terre apparente est faite de cendres, que la cendre signifie quelque chose. Nous apercevions à travers l’épaisseur de l’histoire, les fantômes d’immenses navires qui furent chargés de richesse et d’esprit. Nous ne pouvions pas les compter. Mais ces naufrages, après tout, n’étaient pas notre affaire.
Élam, Ninive, Babylone étaient de beaux noms vagues, et la ruine totale de ces mondes avait aussi peu de signification pour nous que leur existence même. Mais France, Angleterre, Russie… ce seraient aussi de beaux noms. Lusitania aussi est un beau nom. Et nous voyons maintenant que l’abîme de l’histoire est assez grand pour tout le monde. Nous sentons qu’une civilisation a la même fragilité qu’une vie. Les circonstances qui enverraient les œuvres de Keats et celles de Baudelaire rejoindre les œuvres de Ménandre ne sont plus du tout inconcevables : elles sont dans les journaux.
Ce n’est pas tout. La brûlante leçon est plus complète encore. Il n’a pas suffi à notre génération d’apprendre par sa propre expérience comment les plus belles choses et les plus antiques, et les plus formidables et les mieux ordonnées sont périssables par accident ; elle a vu, dans l’ordre de la pensée, du sens commun, et du sentiment, se produire des phénomènes extraordinaires, des réalisations brusques de paradoxes, des déceptions brutales de l’évidence.
(...)
Tout est venu à l’Europe et tout en est venu. Ou presque tout.
Or, l’heure actuelle comporte cette question capitale : l’Europe va-t-elle garder sa prééminence dans tous les genres ?
L’Europe deviendra-t-elle ce qu’elle est en réalité, c’est-à-dire un petit cap du continent asiatique ?
(Paul Valéry, "La crise de l'esprit", 1919)
Monday, November 14, 2011
Saturday, November 5, 2011
Fala da Índia
Wednesday, November 2, 2011
Grécia
Sunday, October 30, 2011
Thursday, October 27, 2011
Poema
Sunday, October 23, 2011
A joy forever
O nu azul de Matisse
O poema que não irei escrever
Saturday, October 22, 2011
Camões: resposta a um inquérito do JL
A propósito da recente publicação do "Dicionário de Camões", da autoria do Prof. Vítor Manuel Aguiar e Silva, dei o seguinte depoimento ao JL, publicado no seu último número:
1 - Há algum verso de Camões que saiba de cor, costume citar ou de que goste particularmente? Qual? Porquê?
2- Camões foi de alguma maneira marcante no seu percurso literário? O que em especial sublinharia na sua obra?
3- Qual a importância de um dicionário como aquele que agora foi publicado para uma leitura de Camões hoje?
1 – Costumo citar dois versos de Os Lusíadas, de que gosto muito: “Tu, só tu, puro amor, com força crua,/ que os corações humanos tanto obriga”. Evidentemente pela referência à narrativa da tragédia amorosa de Inês de Castro, mas sobretudo pela sua força sonora. É a musicalidade que me atrai particularmente nestes versos. Há um outro da Canção IX, que poderia citar: “Era razão ser a razão vencida”. Aí mais pela força intelectual. Esse é um verso belíssimo, que de resto Jorge de Sena analisou muito bem enquanto pensamento dialéctico. Porque aparece aqui uma razão superior à razão, tal como numa síntese hegeliana.
2 – É evidente que foi muito marcante. Camões é o grande poeta da língua, fundamental para a música da Língua Portuguesa. Não quer dizer que a música da língua não esteja presente nos nossos trovadores, nos poetas medievais, na poesia da Corte, mas foi com Camões que se atingiu o cimo dessa vertente. Isto além de toda a riqueza cultural e temática quer da lírica, quer da épica. E não prefiro uma à outra. Todo o Camões é extraordinário. A épica tem coisas maravilhosas, mas também as encontro na lírica, nos sonetos, claro, mas de igual modo nas canções. É realmente o grande marco de grandeza da poesia portuguesa. Usando a terminologia de Harold Bloom, poderemos mesmo falar de uma “angústia da influência” em relação a Camões, o antepassado contra o qual se medem todos os poetas portugueses. E penso que, de fato, toda a poesia portuguesa é marcada de alguma maneira por essa figura incontornável. Bocage diz “Camões, grande Camões, quão semelhante…”, mostrando a sua admiração incondicional, mas Pessoa também estava obcecado com a construção de um super-Camões, que no fundo é um anti-Camões. A Mensagem é um anti-LusÍadas, posicionando-se assim o nosso outro grande poeta numa espécie de rivalidade ou antagonismo. Esse fenómeno dá bem a medida da importância da obra camoniana.
3 – Vindo do prof. Vítor Aguiar e Silva, um dos maiores e mais competentes estudiosos camonianos, o dicionário que vai ser publicado será com toda a certeza uma obra fundamental. Sem menosprezo por outros importantes trabalhos e sem querer ser injusto em relação a outros grandes camonianos, recordo os estudos de Jorge de Sena e de Vasco Graça Moura. Do ponto de vista do meu trabalho poético, foram as interpretações de Camões que estes autores deixaram que mais me vieram influenciar, não sendo eu nem um erudito, nem um investigador, nem um teórico da literatura. E claro que também os estudos de Vítor Aguiar e Silva foram extremamente importantes para mim, como autor e leitor de poesia. A sua obra é de facto magistral e é evidente que este será um dicionário que irei ler com toda a atenção.
Friday, October 21, 2011
Carta de marinheiro
Thursday, October 20, 2011
Wednesday, October 19, 2011
Tuesday, October 18, 2011
Monday, October 17, 2011
Friday, October 14, 2011
Thursday, October 13, 2011
A nossa condição
Saturday, October 8, 2011
Poema de Tomas Transtromer sobre o Funchal
FUNCHAL
O restaurante do peixe na praia, uma simples barraca, construída por náufragos. Muitos, chegados à porta, voltam para trás, mas não assim as rajadas de vento do mar. Uma sombra encontra-se num cubículo fumarento e assa dois peixes, segundo uma antiga receita da Atlântida, pequenas explosőes de alho. O óleo flui sobre as rodelas do tomate. Cada dentada diz que o oceano nos quer bem, um zunido das profundezas. Ela e eu: olhamos um para o outro. Assim como se trepássemos as agrestes colinas floridas, sem qualquer cansaço. Encontramo-nos do lado dos animais, bem-vindos, não envelhecemos. Mas já suportámos tantas coisas juntos, lembramo-nos disso, horas em que também de pouco ou nada servíamos ( por exemplo, quando esperávamos na bicha para doar o sangue saudável – ele tinha prescrito uma transfusão). Acontecimentos, que nos podiam ter separado, se não nos tivéssemos unido, e acontecimentos que, lado a lado, esquecemos – mas eles não nos esqueceram! Eles tornaram-se pedras, pedras claras e escuras, pedras de um mosaico desordenado. E agora aconteceu: os cacos voam todos na mesma direcção, o mosaico nasce. Ele espera por nós. Do cimo da parede, ele ilumina o quarto de hotel, um design, violento e doce, talvez um rosto, não nos é possível compreender tudo, mesmo quando tiramos as roupas. Ao entardecer, saímos. A poderosa pata, azul escura, da meia ilha jaz, expelida sobre o mar. Embrenhamo-nos na multidão, somos empurrados amigavelmente, suaves controlos, todos falam, fervorosos, na língua estranha. “um homem não é uma ilha”. Por meio deles fortalecemo-nos, mas também por meio de nós mesmos. Por meio daquilo que existe em nós e que os outros não conseguem ver. Aquela coisa que só se consegue encontrar a ela própria. O paradoxo interior, a flor da garagem, a válvula contra a boa escuridão. Uma bebida que borbulha nos copos vazios. Um altifalante que propaga o silêncio. Um atalho que, por detrás de cada passo, cresce e cresce. Um livro que só no escuro se consegue ler. |
Luís Costa (Portugal, 1964). Poeta e ensaísta. Inédito em livro. A tradução do poema de Tomas Tranströmer, feita por Luís Costa, tomou por base a versão alemã, realizada por Hans Grössel e incluída em Der Mond und die Eiszeit (1992), antologia do poeta sueco. Contacto: l.costa@web.de. |
Friday, October 7, 2011
Tomas Transtormer ouvindo Haydn
After a black day, I play Haydn,
and feel a little warmth in my hands.
The keys are ready. Kind hammers fall.
The sound is spirited, green, and full of silence.
The sound says that freedom exists
and someone pays no taxes to Caesar.
I shove my hands in my haydnpockets
and act like a man who is calm about it all.
I raise my haydnflag. The signal is:
"We do not surrender. But want peace."
The music is a house of glass standing on a slope;
rocks are flying, rocks are rolling.
The rocks roll straight through the house
but every pane of glass is still whole.
Wednesday, October 5, 2011
Um poema fora do tempo
Tuesday, October 4, 2011
Consolação
Monday, October 3, 2011
Outrora agora
Sunday, October 2, 2011
Meditação matinal, com um verso de Jorge de Sena
Saturday, October 1, 2011
Contra a lei de Gresham na literatura
Friday, September 30, 2011
A crise vista por Paul Jorion
On se souvient de la scène célèbre dans le film 2001 : Une Odyssée de l’espace, de Stanley Kubrick : le superordinateur d’un vaisseau spatial en a pris les commandes et tente d’expulser dans l’espace le dernier astronaute vivant. Tout se passe froidement et en silence car l’ordinateur n’agit pas par vengeance, ambition ou cruauté : il a simplement calculé que le facteur humain était devenu un obstacle à la réalisation optimale de son programme.
Dans 2001, Odyssée de l’Espace, l’astronaute survivant débranche le superordinateur. En 2011, à bord du vaisseau Spatial Terre, dans le grand laboratoire européen, rien de tel. Chacun est à son poste et applique le programme prévu. Et à toute vitesse, pour ne rien voir, ne rien penser, ne rien ressentir. S’arrêter ?
Thursday, September 29, 2011
Fala de um cristão-novo
Wednesday, September 28, 2011
Tuesday, September 27, 2011
O sol negro da melancolia
"Sapatos" Van Gogh
Sunday, September 25, 2011
O ceifeiro
Friday, September 23, 2011
Índia
Em frente à casa de Marcel Proust
Thursday, September 22, 2011
Memória de Julho
Porque me lembrei agora de um Verão às avessas, de San Sebastián sob a chuva de Julho, das belíssimas fachadas cinzentas que nos ocultavam a noite, da chuva fria contra os nossos passos?
Saudades do futuro
Wednesday, September 21, 2011
Ao tempo presente
Monday, September 19, 2011
Sunday, September 18, 2011
Leituras desgarradas
Un entretien a été annoncé pour lundi entre Evangélos Vénizélos, le ministre grec des finances et les représentants de la BCE, du FMI et de l’Union européenne, que la réunion gouvernementale d’Athènes d’aujourd’hui va préparer.
La corde est tendue au maximum, autour de quel cou va-t-elle au final se resserrer ?
(François Leclerc, no blog de Paul Jorion)
Camões, "Os Lusíadas"
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
Possam dizer que são pera mandados,
Mais que pera mandar, os Portugueses.
Leituras desgarradas
Excerto de um poema meu
Saturday, September 17, 2011
No Man is an Island (John Donne)
Entire of itself.
Each is a piece of the continent,
A part of the main.
If a clod be washed away by the sea,
Europe is the less.
As well as if a promontory were.
As well as if a manor of thine own
Or of thine friend's were.
Each man's death diminishes me,
For I am involved in mankind.
Therefore, send not to know
For whom the bell tolls,
It tolls for thee