Saturday, November 14, 2015

À França

"La Marseillaise" de Jean Renoir

À França

Friday, November 13, 2015

Thursday, November 12, 2015

Wednesday, November 11, 2015

BYRON OLHANDO AS RUÍNAS DE MONSERRATE



No meio de toda a beleza que não merecemos,
Monserrate. Torres meio derrubadas
e corredores vazios que conduzem a salas
desfeitas em pó e esquecimento.
Beckford, o cabotino, quis construir aqui o seu reino
e deixou-nos apenas a ruína de um império de pobres,
imaginado entre os braços dos seus criados portugueses
e a memória do intragável livro que escreveu na juventude.

É a beleza que me alucina de azedume e raiva.
Esta beleza deve morrer. Eu continuo
o meu percurso e construo o meu personagem,
mais duradouro e firme do que este pobre e tolo palácio
desenhado por um príncipe de fantasia. Nos meus poemas
eu sou a própria realidade das coisas.

Os portugueses não merecem a beleza,
mas talvez seja bom para eles viverem assim:
entre ruínas
e rancores.

( NOTA : Este poema responde ao profundo ressentimento que transparece nos versos famosos de Byron no "Childe Harolde" sobre Sintra e os portugueses; Monserrate, quando foi avistado por Byron, era uma ruína, abandonado palácio que William Beckford tentara erguer à medida dos sonhos que deixara escritos no seu romance "Vathek"; Byron não podia saber que o palácio viria a ser reconstruído poucos anos depois pelo seu compatriota Cook, para mais tarde voltar a ser abandonado em 1940; a raiva de Byron aos portugueses tem conhecido várias explicações por parte 
dos historiadores, mas uma leitura imediata do poema fá-la ressurgir diante de nós, inteira como um insulto atirado hoje) 

Friday, November 6, 2015

A força do destino

Sunday, November 1, 2015

Dia de Finados



Arnold Bocklin, A Ilha dos Mortos


A ILHA DOS MORTOS REVISITADA


"Um sonho acordado" foi o que a compradora
pediu ao pintor.

E o que é mais a morte do que um sonho acordado,
de que deslizam as roupas, ao se entrever na água
a sombra do que sequer chegámos a ser?

Muitas vezes me perguntei
onde vim encontrar esta ilha.
Sei-o agora, mas é já muito tarde para partilhar
este saber que nunca mais será um privilégio.
Por isso olho esta figura de branco, eternamente de costas para nós,
ela olha de frente a água e a morte,
e pergunto-me se o caixão não está vazio.