Thursday, December 25, 2014

Álvaro de Campos, neste Natal


Ali não havia electricidade.
Por isso foi à luz de uma vela mortiça
Que li, inserto na cama,
O que estava à mão para ler –
As Bíblia, em português, porque (coisa curiosa) eram protestantes.
E reli a Primeira Epístola aos Coríntios.
Em torno de mim o sossego excessivo das noites de província
Fazia um grande barulho ao contrário,
Dava-me uma tendência de choro para a desolação.
A Primeira Epístola aos Coríntios…
Reli-a à luz de uma vela subitamente antiquíssima,
E um grande mar de emoção chorava dentro de mim…
Sou nada…
Sou uma ficção…
Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo?
“Se eu não tivesse caridade”…
E a soberana voz manda, do alto dos séculos,
A grande mensagem com que a alma fica livre…
“Se eu não tivesse caridade”..
Meu Deus e eu não tenho caridade…
ÁLVARO DE CAMPOS

Wednesday, December 24, 2014

Sunday, December 21, 2014

Dois poemas de Natal, em diálogo


s

Ladainha dos Póstumos Natais

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal' 


— Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é 
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.


João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina, Auto de Natal Pernambucano, final

Saturday, December 13, 2014

Incomodidade



Não era o normal sentimento de estar a mais
(não estamos todos?),
nem a vontade de ser ouvido e poder quebrar por dentro
o ruído do mundo.
Tinha compreendido finalmente
que todas as bancadas à sua frente
estavam vazias.



Wednesday, December 10, 2014

Contribuição para o livro de homenagem a José Manuel Galvão Teles

Meu caro Zé Manel, não sei se é tarde demais que escrevo este depoimento ou se, pelo contrário, chego mesmo na última hora, assim como era o teu atraso ao chegar às nossas reuniões políticas (a não ser, é claro, quando elas eram em tua casa): chegavas no fim, quando se tinham esgotado todos os argumentos, brilhado todas as oratórias, enfrentado todos os tenores e, justamente por chegares no fim , perguntavas baixinho a um de nós (às vezes a mim, que era o mais novo de todos) a que ponto tinha chegado a discussão. Ouvida a síntese dos argumentos em liça, pedias a palavra, entre os protestos e as gargalhadas devidas aos teus repetidos atrasos, e fazias a síntese de uma posição equilibrada e ponderada, que era sempre vista com alívio por todos aqueles que queriam realmente chegar a uma conclusão.

Conheci-te e à Micuxa em 1973, muito mais novo do que tu (hoje, ressalvada a tua sabedoria da vida, que foi sempre muito maior do que a minha, temos praticamente a mesma idade), jovem estudante de militância anti-fascista encetada nas associações de estudantes, que chegava à CDE para reforçar a linha (esquerda socialista não PCP, mas também – ainda... – não social-democrata) que vocês, de uma outra geração, lideravam. A tua casa era o ponto de reunião da nossa célula do Campo Grande. No andar de baixo morava o então exilado Dr. Mário Soares, teu grande amigo, que eu não conhecia ainda, embora fosse amigo e companheiro de lutas dos filhos João e Isabel e, por via deles, encontrasse a Dra. Maria de Jesus (em Aveiro, nesse verão, vi essa grande senhora, da idade da minha Mãe, avançar com serena coragem à cabeça da manifestação do Congresso da Oposição Democrática em direcção aos polícias de choque que fechavam a rua – “tem que ser, meu amigo”, disse-me tranquilamente). Tinhas ainda um sótão, mas normalmente reuníamos na tua sala de estar, bem por cima da casa do teu ilustre vizinho.

Recordações dessa sala de estar baralham-se na minha memória: entre os dias em que havia carros da PIDE à porta e íamos saindo um a um de garganta apertada e outros dias em que, já com o teu vizinho no andar de baixo regressado do exílio e a liderar o PS, se tratava de fundar um novo movimento de esquerda socialista e redigir o seu manifesto definitivo; entre os dias de luta comum anti-fascista, em que se tratava de rebater uma posição dos nossos aliados do PC no interior da CDE e outros dias em que, aliados de Melo Antunes e do Documento dos Nove, discutíamos se, no caso de uma vitória dos militares comunistas, seguiríamos Mário Soares para o Porto ou passaríamos à clandestinidade em Lisboa. Uma coisa me lembro bem: em 1975, nunca defendemos o voto em branco nas primeiras eleições livres havidas em Portugal.

Estivémos juntos no inesquecível movimento político “Grupo de Intervenção Socialista” (GIS) e quando este grupo, em 1977, decidiu extinguir-se e integrar o PS, tendo eu entrado já na carreira diplomática e estando a democracia consolidada em Portugal, decidi não aderir convosco ao PS, não por discordar daquela opção (que me parecia completamente acertada), mas por entender (e nesta minha decisão o Jorge Sampaio foi determinante) que, se um diplomata não pode, por estatuto, ter actividade partidária enquanto está no activo, não fazia sentido uma mera inscrição, sem possibilidade de real intervenção nas instâncias partidárias. Entenda-se bem: não penso de forma alguma que esteja interdito aos diplomatas aderir a partidos e muitas colegas meus o fizeram e fizeram muito bem. Esta foi apenas a minha opção e sempre a mantive. Mas também nunca escondi as minhas ideias e nunca (como deve ser num país democrático) nenhum ministro me penalizou ou prejudicou por elas.

Estive contigo em Nova Iorque, era eu o adido de embaixada que trazia a mala diplomática de Lisboa para as Nações Unidas (um arcaísmo...) e eras tu embaixador de Portugal nessa organização (posto que mais tarde veio a ser ocupado por outro ex-GIS, o nosso comum amigo José Filipe Moraes Cabral). Fiquei em tua casa, no famoso andar do Dakota Building, era nesse tempo a Residência Oficial: belíssimo edifício, entre a delicada e algo sinistra decoração chinesa do interior, a memória do assassinato de John Lennon e os pensamentos diversos expressos alto e bom som pelo porteiro cubano...

O meu percurso diplomático passou a ser pontuado pelas tuas visitas a todos os meus postos: desde Luanda, em 1978, onde, numa grande prova de amizade, correste o risco da tua vida, ao viajar num carro conduzido por mim (naquela longínqua época, segundo fontes insuspeitas, o risco da minha condução automóvel era equivalente ao da guerra civil em Angola); passando por Madrid, onde me apresentaste a todos os altos quadros do PSOE, contactos que tão úteis foram ao jovem secretário de embaixada encarregado de seguir a política interna espanhola que eu era então, nomeadamente no dia 23 de Fevereiro de 1981, quando o Raul Morodo apareceu na nossa Embaixada a perguntar se Portugal daria asilo político aos democratas espanhóis (e quer o Presidente Ramalho Eanes, quer o Primeiro Ministro Francisco Balsemão – era MNE o Professor André Gonçalves Pereira – responderam imediatamente que sim); em Paris, nos anos noventa, com a Micuxa (e com a Teresa Paiva?), já com a Didas na minha vida, a cimentar uma amizade que passou então a ser entre os dois casais; no Brasil, com a tua filha Inês, depois na Hungria (não nos visitaste na Índia...), em Paris de novo, o ano passado (fomos os quatro à ópera, temos essa paixão em comum), enfim, em quase todos os lugares da nossa vida sempre tivémos a alegria da vossa visita amiga, com o contraponto das nossas idas nas férias à vossa casa do Estoril e do inesquecível (por razões pessoais que não vêm ao caso) jantar de despedida que nos deste, na tua casa do Chiado, quando parti para o meu efémero posto na UNESCO. E bem sabes que vos esperamos aqui em Estrasburgo.

A amizade não tem alíneas, por isso não vou enumerar como sempre me ajudaste em todos os meus problemas pessoais, jurídicos ou de outra índole, como a tua experiência da vida e das coisas me ajudou a esclarecer algumas das minhas dificuldades, enfim, como és um amigo com quem sempre conto e contarei.

Não faço o teu perfil jurídico, porque não sou jurista (a não ser pelo curso), mas ele só poderia ser de louvor e de admiração; não traço o teu perfil político, porque não sou um político(sem nunca ter abdicado das minhas opções), mas o desenho dele só poderia ser de total integridade e de absoluta coerência.

Zé Manel, desculpa o atraso, cheguei agora e como não li as outras intervenções, nem sei se estou bem enquadrado no debate. Mas deixo-te um grande abraço de inexcedível amizade e de total confiança.

Estrasburgo, 14 de Abril de 2013

LUÍS FILIPE CASTRO MENDES

          

La Ballade des Pendus





Atteignant le dérisoire mais néanmoins significatives, dans l’espoir peu crédible d’induire un comportement vertueux, les amendes pleuvent sur des manipulations financières outrageantes présentées comme autant de cas d’espèce, tandis que de timides tentatives d’encadrement des bonus faramineux, de distributions de stock-options et d’octroi des retraites-chapeaux sont enregistrées. Doit-on s’interroger pour savoir si cela doit être porté au compte de la naïveté ou de la duplicité ? Le sort qui va être réservé à une évasion fiscale pratiquée par les entreprises transnationales à l’échelle industrielle apportera la réponse. Pour l’instant, pris au sein d’une contradiction, les gouvernements tentent de reconstituer des assiettes fiscales qu’ils ont eux-même ébréchées, tout en continuant dans cette même veine non sans incohérence.
Tentant de biaiser, les tenants du système n’en sont pas moins tenus en échec devant l’insoluble question d’un endettement qui le plombe, qu’il soit privé ou public après avoir été transféré. Paradoxalement, la dette est l’un de ses points d’appui, tout du moins tant qu’elle est assortie d’une garantie de remboursement, mais celle-ci s’effrite au fur et à mesure que l’endettement s’apparente à une spéculation sur une richesse future improbable car reposant sur une croissance économique introuvable. Et l’accroissement persistant des inégalités reposant sur la disparité des rendement des activités économiques et financières rend l’équation sans solution, car les deux questions sont étroitement liées. La dette soutient désormais le capitalisme comme la corde le pendu !
(François Leclerc, no blog de Paul Jorion)

Tuesday, December 9, 2014

Poema de Natal

Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos e não tiver caridade, sou como o metal que soa ou como o sino que tine. E se eu tiver o dom da profecia e conhecer todos os mistérios e quanto se pode saber; e se eu tiver toda a fé, até a ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada.

(São Paulo, Primeira Epístola aos Coríntios)


Quem encontraste hoje que te oferecesse
o puro leite da ternura humana*
e não o mel da lisonja ou a indiferença comum?

Muitos dias ficam assim, suspensos num vazio de desamor,
mas nós já nem damos por isso,
temos que marcar lugar na feira, os carrosséis giram sem nós
e as crianças apontam-nos com o dedo, nós que persistimos
em montar no cavalinho de pau e dar mais uma volta,
sem razão que valha.

O Natal passa por nós, faltam-nos a alguns os pais,
a outros os filhos ou os netos.
Esta festa foi inventada para afastar com luzes, muitas luzes,
o escuro do inverno e a ideia da morte.
Para onde foram todos? Para onde foram todos?

Aproxima-te de mim. Não falo de Cristo.
Só me lembrei da consoada e da tua azáfama festiva,
que afasta de nós a morte ao inventar alegria,
a pura alegria em que duramos.

S.Paulo pergunta-nos pela caridade
e aqui estou eu de pé, envergonhado como uma criança,
porque eu não tenho fé, não tenho a fé, e essa falta não me dói,
mas sei que tenho, que temos, ó irmãos humanos, que responder
por toda a caridade que não tivémos.

*Shakespeare









Monday, December 8, 2014

Rule Britannia



Le Monde
Économie et Entreprise, lundi 8 décembre 2014, p. SCQ3
Bruxelles pourrait enterrer son projet de réforme bancaire
Jonathan Hill , le commissaire aux services financiers, évoque le retrait de la directive destinée à mieux encadrer les activités spéculatives
Séparer au sein des banques européennes les activités à risque pour éviter de nouvelles crises : la proposition a été portée, depuis près d'un an, par Michel Barnier, quand il était commissaire au marché intérieur et aux services. Ambitieux, ce projet de directive a suscité de vives controverses. Et alors qu'une nouvelle Commission est en place depuis début novembre, le projet législatif de réforme bancaire pourrait être abandonné.
Le nouveau commissaire aux services financiers, le Britannique Jonathan Hill, a fait parvenir, le 18 novembre, à Frans Timmermans, numéro deux de la nouvelle Commission européenne, une lettre dans laquelle il évoque le retrait de la proposition de son prédécesseur comme une option à envisager en 2015." Dans le cas où les Etats membres de l'Union européenne continueraient à ne pas soutenir - l'initiative - ",dit-il.
C'est Philippe Lamberts, un des leaders des Verts au Parlement européen, très au fait du sujet de la régulation bancaire, qui, jeudi 4 décembre, a alerté les médias à propos de cette lettre de M. Hill. " Le signal qu'il envoie aux Etats membres est clair : "Continuez à privilégier une stratégie de pourrissement de ce dossier, et nous nous chargerons de tuer dans l'oeuf la réforme bancaire", accuse M. Lamberts.
La proposition de M. Barnier ciblait les trente plus gros établissements de l'UE, dont la faillite déstabiliserait l'économie. Il visait à interdire aux banques, dès 2017, de spéculer pour leur compte propre sur des produits financiers s'échangeant sur les marchés (actions, obligations, etc.) et sur les matières premières. Il proposait que les autorité bancaires nationales, au-dessus d'un certain volume réalisé, obligent lesbanques à filialiser leurs activités à risque.
Levée de boucliers
Les propositions de M. Barnier étaient inspirées de la réforme américaine, dite " Volcker ", du nom de l'ancien président de la Réserve fédérale américaine (Fed, banque centrale). Elles ont suscité une levée de boucliers immédiate et vigoureuse. Notamment en France. Au sein des banques. Mais pas seulement. Les banquiers français ont reçu l'appui des pouvoirs publics. Ces derniers ont fait savoir à Bruxelles que le projet était " irresponsable " pour reprendre le terme, plutôt fort dans la bouche d'un banquier central, de Christian Noyer, le gouverneur de la Banque de France.
L'argument avancé ? Le projet fragiliserait les banques et serait plus contraignant que les réglementations, assez " light ", que la France a adoptées après la crise. Ces dernières consistent surtout en un renforcement des organes de contrôle nationaux. Le Royaume-Uni, qui a aussi adopté ses propres règles (dites " loi Vickers ") et l'Allemagne militaient aussi contre ce texte.
" M. Hill ne dit pas du tout dans son courrier qu'il faut se débarrasser de la proposition Barnier. Il se livre juste à l'exercice, imposé par la nouvelle Commission, d'évaluation des chantiers en cours dans notre institution ", argumente une source bruxelloise.
Tamisage législatif
De fait, la Commission Juncker veut se concentrer sur quelques sujets (le numérique, l'énergie, la relance de l'économie). Elle a décidé de faire le tri entre tous les projets de textes législatifs portés par ses services et de ne retenir que ceux qu'elle juge prioritaires. Ou ayant une chance d'aboutir. C'est-à-dire d'obtenir un accord au Conseil, la réunion des Vingt-Huit, et/ou au Parlement européen. M. Timmermans est responsable de ce tamisage législatif.
Or, le projet Barnier coche une de ces cases : du point de vue de M. Hill, le texte qui divise pourrait ne pas passer la barre du Conseil, en raison de l'opposition forte des trois plus grandes économies de l'Union européenne, la France, le Royaume-Uni et l'Allemagne.
" Aucune décision n'a été prise, en tout cas pour l'instant ", prévient une source européenne. " En l'état, le texte dont on parle a peu de chances de passer. A moins qu'il soit réécrit sous une forme allégée, avec une séparation des activités risquées qui ne serait plus obligatoire, mais seulement optionnelle, par exemple ", relève une autre source bien renseignée.
C. Du.
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Sunday, December 7, 2014

As nuvens



(Manet, Luar no Porto de Cherburgo)

Movemo-nos entre as noites e as dunas que nos cercam,
espectros de outro tempo e de outra vida;
mas aquelas mulheres juntaram-se a um canto, silenciosas,
pois esperam de nós alguma coisa
que não sabemos o que é:
uma palavra, um grito, um deslizar manso
sobre as águas, ou o mero esplendor do nosso fim
iluminado pelo mais solene dos luares?
As nuvens, sim, as indiferentes nuvens
anunciam um cruel fulgor,
que nós a tempo não saberemos ver




Wednesday, December 3, 2014

Adivinha



Sobre a dívida pública
– “Não é com os programas de ajustamento actuais que vamos lá. Podemos até ganhar algum tempo, mas não é assim que debelaremos a situação. E se os programas de ajustamento não resolvem definitivamente o problema da dívida, o que é que se pode fazer? Como poderá ser resolvido todo este elevadíssimo endividamento? Sinceramente, penso que a crise da dívida europeia só será resolvida com um reescalonamento a longo prazo da dívida dos países europeus mais endividados.”

Adivinhem lá quem foi o esquerdista que escreveu isto: Louçã? Rui Tavares?

Monday, December 1, 2014

As meninas de São Bento

AVANTAJADAS QUE PASSAIS PELA INTERNET...
Ai jovens avantajadas
que passais pelo ecrã!
E as virgens tão delicadas
do Nobre, noite e manhã...
Há algo que se perdeu,
das virgens ao sol poente
ao voyeur filisteu
visto pela adolescente!
Menina estás à janela
do Parlamento, voraz,
a espreitar qual cinderela
a internet do rapaz!