D'abord vous remarquerez que j'ai l'oeil à tout: que je m'occupe de Reschid-Pacha et de M. de Blacas; que je défends contre tout venant mes privilèges et mes droits d'ambassadeur à Rome; que je suis cauteleux, faux (éminente qualité!) jusque-là que M. de Funchal, dans une position équivoque, m'ayant écrit, je ne lui réponds point; mais que je vais le voir par une politesse astucieuse, afin qu'il ne puisse montrer une ligne de moi et néanmoins qu'il soit satisfait
Chateaubriand, Mémoires d'Outre Tombe. O diplomata português é Domingos de Sousa Coutinho, conde e depois marquês do Funchal, embaixador em Roma ao mesmo tempo que Chateaubriand. O ano é 1828.
Para um contraponto crítico, escrito anos mais tarde por um subordinado de Chateaubriand na sua embaixada:
Rien de moins justifié que la sévérité des jugements portés dans ses Mémoires par notre ambassadeur sur ses collègues du corps diplomatique à Rome, jugements dont M. de Marcellus a fait ressortir avec raison la notoire injustice. Le fait est qu’en sa qualité de grand politique, de poète et d’orateur, il ne laissait pas de s’exprimer sur le ton du dédain qui lui était habituel, au sujet des méchantes petites affaires quotidiennes et des puériles questions de forme et d’étiquette auxquelles les chancelleries des diverses légations à Rome avaient, suivant lui, le ridicule d’attacher une importance démesurée. En revanche, offusqués et quelque peu éclipsés aux yeux du public, par la réputation européenne du nouvel ambassadeur de France, les hommes du métier, habitués depuis de longues années à traiter avec le Vatican, contestaient l’aptitude de M. de Chateaubriand à soutenir les intérêts de son pays et à défendre avec succès, auprès du saint-siège, les causes dont il était chargé.
(L'Ambassade de M. de Chateaubriand à Rome, conde d'Haussonville, Revue des Deux Mondes, 1885)
Mas o General De Gaulle, que prezava a escrita e os escritores, admirava Chateaubriand, embora achasse uma ave rara um grande artista dotado para a política:
« Chateaubriand aurait pu être un grand ministre. Je l'explique non point seulement par son intelligence aiguë, mais par son sens et sa connaissance de l'histoire, et par son souci de la grandeur nationale. J'observe également combien il est rare qu'un grand artiste possède des dons politiques à ce degré ».
Curioso e instrutivo.
ReplyDeletemas chateaubriand não é generoso nas memórias para com o colega português que aparentemente ridiculariza chamando-o de grotesco, de irrequieto, dizendo que fazia caretas, descrevendo-o fisicamente, que era verde como um macaco (!) e amarelento como uma laranja de lisboa, pois o embaixador chateaubriand recem chegado a roma andou a fazer as suas visitas protocolares aos colegas estrangeiros, e não é assim só para o português que era aliás mais um encarregado de negócios dirigindo temporariamente a embaixada, tambem outros doutros países lhe merecem comentários jocosos, reconhece no entanto os bons dotes musicais do marquês do funchal !!
ReplyDeletepois chateaubriand considerava-se o grande embaixador como se os outros fossem representantes menores e pouco conhecedores do cerimonial e protocolo, chateaubriand era chateaubriand e pronto, os outros amadores, mas chateaubriand é de facto um dos principais exemplos do grande escritor e diplomata, mais que henry beyle que pouco diplomata era.
camilo castelo branco traduziu trechos dessas memórias d'alem tumba, mas creio que não existe em portugues uma tradução integral das memórias ao contrario do espanhol.
mas não gosto do que diz chateabriand do colega portugues em roma que até tinha o seu musico privado.
de peso o juizo de de gaulle sobre chateaubriand, de gaulle percebia disso.
nós tambem temos o nosso grande escritor diplomata, almeida garrett, até ministro da diplomacia foi, pouco tempo, mas embrenhou-se na luta politica o nosso garrett, sem duvida, na oposição e na situação.
mas que rica e interessante deve ter sido a missão em roma do francês, etc