Foi que tudo anoiteceu. Não sabias
limpar as armas, usar as máquinas,
nada sabias.
Ali onde anoitecia o terror era outra palavra para a beleza,
mas tu, tu, de nada sabias.
Como poderia eu aperceber-me
da ausência que deambulava na cidade,
dos rostos fechados, das máscaras da noite?
Nunca houve piedade para os que usaram de piedade,
assim diziam os livros.
O anoitecer da beleza é o avesso da morte
e por isso tens que estar desperto, lutar contra o frio
que nos atravessa o sono e as palavras,
todas as palavras que deixámos perdidas pelos lugares,
fotografias enganosas do que pudémos ser.
Seria assim uma atenção levada ao inverso,
uma conversa banal à beira da água,
um esplendor contido no seu próprio escurecer?
É só porque tu não sabias...
Tão bonito, mon cher Tim Tim!
ReplyDeleteserá então uma conversa banal á beira do grande canal? um passeio à beira d'agua ao anoitecer? pois a poesia tem de sair do dominio do monólogo, o dialogo tambem deve ter lugar, vejam se as éclogas de camões ou doutros, ou o colloque sentimental, este num jardim no outono, este é um dialogo energico, um pouco autoritário mesmo mas bem intencionado, uma chamada de atenção, um alerta para estar atento pois ele não sabia, etc etc
ReplyDeleteSubscrevo a Helena Oneto.
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