Para O Poema da Criação
Porque tu percorres o meu sangue
e paras de repente no meu cérebro.
Teus olhos procuram a flor da pele
buscando a existência fugidia
das árvores, dos rios, da paisagem.
E se te reconheço é porque apenas
és um sinal qualquer de outro país
donde fui expulso para sempre.
E se te reconheço é porque foges
pelas longas margens longamente
e teu sorriso concreto só existe
para a boca oleosa do veneno.
E se te reconheço é porque quero
entre meus dedos destruir teus olhos.
Para que tu existas e eu exista
nenhum sinal de nós deve existir.
tento perceber o que é ou quem é o tu, portugal? sim, deve ser...e então a criação?
ReplyDeleteConheci José Terra há muitos, muitos anos, em casa dos meus pais, quando era miúdo. Foi amigo do meu pai João Pedro de Andrade e visita frequente antes de se fixar em França, menos frequente depois. Lembro-me de ele contar as dificuldades que passou depois de publicar o seu primeiro livro de poesia "Canto da Ave Prisioneira". Perdi-lhe o rasto depois e só agora tive notícia dele, a notícia da morte.
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