Arnold Bocklin, A Ilha dos Mortos, 1880
O confronto com a morte e o lento despir (e despertar) do amor constituíram os eixos deste livro, que foi na sua maior parte escrito naquele apartamento abafado de Paris, enviado entretanto poema por poema em cartas para ti e depois reunido em livro, que eu tinha pronto para editar sem ter qualquer editor em vista. Lembro-me dos que procurei, dos que encontrei e desencontrei, da ajuda dos amigos, dos conselhos de alguém muito próximo, que resolveu ha pouco tempo deixar de ser meu amigo, das duvidas terríveis sobre se valia ou nao a pena (o meu primeiro livro tivera ja uma recusa liminar de uma editora, por parecer negativo do Joaquim Manuel Magalhães), das promessas vagas, das visitas sem sequência. Tive o Nuno Júdice (além de ti, e claro) sempre a defender junto de mim que valia a pena. E encontrei então quem foi sempre, durante todos estes anos e todos estes livros (com a referida interrupcao dos dez anos sem escrita entre 2001 e 2011) a minha atenta, exigente e sensível editora e muito querida amiga, Maria da Piedade Ferreira. O meu próximo livro nao sera já editado pela Maria da Piedade, e nao por vontade de nenhum de nos dois, ira sair na Assírio e Alvim, em excelentes maos e para inteira satisfação de todos, penso eu. E a vida continua.
pois seria que o joaquim manuel magalhães apenas editava, é uma suposição, o poeta joão miguel fernandes jorge e houve então a recusa liminar, tudo suposições, mas estaria também a exercer o seu papel de consultor, outra possibilidade, bom tipo no entanto o Joaquim Magalhães, é pessoa que ri com gosto ao sublinhar um comentário, uma opinião, sem duvida homem simpático, profissional do ensino das letras, tradutor de poesia espanhola, não percebo porque não traduz poesia inglesa, discreto profissional na sua profissão, etc
ReplyDeleteeste novo livro não será pois editado na dom quixote pelo que percebi, vai para outro lado, vamos esperar.
tremenda essa ilha, condomínio de luxo para sepultados especiais, resort com sombras de ciprestes...
o envio de poemas por cartas de paris para lisboa (presumo) é um circuito interessante, e afinal estes textos (do blog) são autobiográficos, tanto como os poemas compostos em paris e passados à máquina em lisboa, suponho que foi isso, e o amigo que dava bons conselhos decidiu cortar, é deixar, ficaram os conselhos que talvez continuem válidos no presente e futuro
o confronto com a morte e o lento despir é em si já um bom verso, etc etc
O confronto com a morte e o lento despir..., mas porque é essa frase para mim em si já um bom verso, ou válida passagem de poesia? releio por curiosidade e vejo que são as palavras confronto e lento que me provocaram, confronto pelo dramático que introduz, lento pelo movimento que imprime, há por aqui desafio e depois apaziguamento, luta e resignação ou rendição, sim, é uma bela frase, as outras palavras, morte e amor, são menores no impacto poético, embora complementares.
ReplyDeletee, já agora, j m f jorge é um bom poeta, um diarista da poesia, um comentador nos seus versos do que gosta e faz e vê ou conhece, por vezes muito prosaico, mas é assim mesmo o seu estilo...
outros poetas da sua geração, Joaquim Magalhães e Manuel Gusmão parecem me mais áridos, cansativos, etc