Começamos a olhar para o que vivemos
e de repente vemos, ao interromper uma frase,
que afinal não sabemos verdadeiramente o que vivemos.
O único modo então de continuar
é através da poesia, essa "prosa lenta"*
que nos permite, de uma maneira sonsa,
dizer como Bartleby "I prefer not to"**.
Eu podia trazer poemas do meio da vida,
mas a vida esgota-se em vivê-la
e na verdade eu fiquei parado no meio de uma frase
a pensar que preferia não pensar em a escrever.
*Nicholson Baker
** Melville e um agradecimento especial ao Ricardo Gil Soeiro
(continua, em prosa, no próximo post)
(continua, em prosa, no próximo post)
este novo acordo ortografico, leio o que está escrito e pergunto me se o 1ro vivemos está no passado e se o 2do vivemos está no passado perfeito simples ou no presente, questão de assento, o circunflexo que era algo muito nosso (e francês) ainda existe? o 1ro vivemos certamente no tempo passado, trata se de recordar, repassar, mas o 2º em que tempo está, até podia estar em qualquer dos 2?
ReplyDeletenão interessa, o que se quererá dizer está lá, fixar o que vivêmos em poesia, se bem entendo, e se se interrompe a frase, verso, estrofe por alguma razão, por não saber ou por preferir não dizer, pois isso que fique talvez para o leitor, os poemas incompletos são tambem válidos, tanto como os outros, e isso da poesia prosa lenta é para pensar se assim é, vou ver quem é n baker, sim, é um conceito tentador, que agrada à 1ra vista, mas há que ver, há que ir devagar ou lento, ter cuidado antes de aceitar ou não, etc etc ,
Talvez começar a luta contra o acordo ortográfico, Patrício Branco, por escrever acento com c e não com dois esses. Pronuncia vivemos de modo diferente no passado e no presente?
ReplyDeleteacento (grave, exdruxulo, esdrúxulo, agudo, circunflexo) e não assento? sim, de facto, agradeço a correcção (correção) mas vendo bem até me diverti com o erro, será que os acentos se sentam nas vogais ou assentam nelas...?.
ReplyDeleteSaber que vem aí novo livro é uma boa notícia. Vê-lo tão inspirado e animado é muito bom. Vou ficar ansiosamente à espera. Nunca haverá suficiente poesia junto a nós.
ReplyDeleteObrigada.
Caríssimo Alcipe
ReplyDeleteO seu 'amor' de 'velha senhora' diz aguardar ansiosa o novo livro. Entretanto continua impertinente:
a pachorra com que aguenta
comentários que soletra
leva a sério(?) e até comenta
meu amor com água benta
- muito admiro etc etc