Sozinho em casa espero o artesão
e já o meu futuro antevejo:
gerir o funcionar da solidão
num festim de avarias beira-Tejo...
Não me traz mais consolos a memória
do que a pura alegria que me deu
reviver sem remorso a minha história
- mas onde raio o gajo se meteu?
Recomeço o soneto, mas a hora
de o canalizador aparecer
dilui-se na poesia que desiste
de tornar em palavras bem de agora
a raiva que me faz permanecer
junto a um cano roto que resiste. *
* e ao terminar este soneto, telefonou o canalizador!
e já o meu futuro antevejo:
gerir o funcionar da solidão
num festim de avarias beira-Tejo...
Não me traz mais consolos a memória
do que a pura alegria que me deu
reviver sem remorso a minha história
- mas onde raio o gajo se meteu?
Recomeço o soneto, mas a hora
de o canalizador aparecer
dilui-se na poesia que desiste
de tornar em palavras bem de agora
a raiva que me faz permanecer
junto a um cano roto que resiste. *
* e ao terminar este soneto, telefonou o canalizador!
pode nem ser solidão nem um festim de avarias, onde raio o gajo se meteu, é evidente que o artesão não chega e demora, mas é deixar assim, para canos roptos é fechar o contador e sair para a rua, afinal um soneto tambem se faz ao ar livre, mas sem duvida que um cano furado é irritante, etc etc
ReplyDeleteE o cano roto pingava
ReplyDeletee patricio branco folgava,
desligado o contador,
solto, livre como a ave
branco seguia o andor
com passo lento, suave.
Podia a casa ficar
inundada até ao topo!
Patrício ledo seguia
animado pelo sopro
do vento que além bulia
e o fazia seguir,
esquecer canalizador
e brandamente a sorrir
repetir "andor, andor".