Os alemães
têm uns submarinos
em forma de pepinos
que andam no fundo do mar
(canção revisteira interpretada por Beatriz Costa)
Comparar Merkel a Hitler é injusto, estúpido e só confunde o necessário debate. Como o é comparar com Hitler figuras como Bismarck (um mestre da realpolitik ) ou Guilherme II (um doido varrido que afastou Bismarck e desencadeou uma guerra sem querer, "um diletante da acção" como lhe chamou magistralmente o nosso Eça, mas nunca um paranóico racista). Uma coisa é um criminoso patológico, outra dirigentes políticos, cujas acções podem e devem ser discutidas racionalmente.
Ora é um alemão respeitável (Joschka Fischer) que nos alerta que já por três vezes (com o diletante Guilherme II, com o criminoso Hitler e agora com a escrupulosa Merkel) a Alemanha se dedica meticulosamente a dar cabo da Europa.
Será, como diagnosticava A.J.P. Taylor, que a Alemanha é pequena demais para ser uma potência mundial e grande demais para ser uma potência europeia? Temo bem que, com o Reino Unido transformado em mais um casino (ao abrigo, melhor para eles, das recentes fúrias de moralização dos mercados de capitais da Sra. Merkel e do "holandês voador" que ela agora inventou) e a França a render-se dia a dia, cimeira a cimeira, aos alemães, temo, dizia, que depois de desfeita a Europa fique em campo só a Alemanha para enfrentar a vizinha Rússia e (talvez até) a vizinha Turquia. O nuclear francês e inglês e a força militar ainda válida dos dois velhotes da "Entente Cordiale", dizem vocês? Acham que isso serve de alguma coisa sem os americanos a pôr a mão por trás, como se viu na Líbia e até no Mali (aqui, honra seja feita aos franceses, quand même!)? Falta só que os alemães dêem o passo a que o MNE da Polónia, Sikorski, os incita constantemente: "Assumam-se plenamente como potência que são, mesmo no campo militar!". Ou dito em alentejano: " Mandem de uma vez na gente, porra!"
Mas se mandarem os alemães, não voltam por isso as SS. Essa confusão é criminosa e desvia perigosamente o debate. Se eles mandarem será tão só às ordens dos mercados. Que já deixaram cair Chipre, mas estão bem e recomendam-se. Viajam nuns submarinos, em forma de pepinos, que andam no fundo do mar.
têm uns submarinos
em forma de pepinos
que andam no fundo do mar
(canção revisteira interpretada por Beatriz Costa)
Comparar Merkel a Hitler é injusto, estúpido e só confunde o necessário debate. Como o é comparar com Hitler figuras como Bismarck (um mestre da realpolitik ) ou Guilherme II (um doido varrido que afastou Bismarck e desencadeou uma guerra sem querer, "um diletante da acção" como lhe chamou magistralmente o nosso Eça, mas nunca um paranóico racista). Uma coisa é um criminoso patológico, outra dirigentes políticos, cujas acções podem e devem ser discutidas racionalmente.
Ora é um alemão respeitável (Joschka Fischer) que nos alerta que já por três vezes (com o diletante Guilherme II, com o criminoso Hitler e agora com a escrupulosa Merkel) a Alemanha se dedica meticulosamente a dar cabo da Europa.
Será, como diagnosticava A.J.P. Taylor, que a Alemanha é pequena demais para ser uma potência mundial e grande demais para ser uma potência europeia? Temo bem que, com o Reino Unido transformado em mais um casino (ao abrigo, melhor para eles, das recentes fúrias de moralização dos mercados de capitais da Sra. Merkel e do "holandês voador" que ela agora inventou) e a França a render-se dia a dia, cimeira a cimeira, aos alemães, temo, dizia, que depois de desfeita a Europa fique em campo só a Alemanha para enfrentar a vizinha Rússia e (talvez até) a vizinha Turquia. O nuclear francês e inglês e a força militar ainda válida dos dois velhotes da "Entente Cordiale", dizem vocês? Acham que isso serve de alguma coisa sem os americanos a pôr a mão por trás, como se viu na Líbia e até no Mali (aqui, honra seja feita aos franceses, quand même!)? Falta só que os alemães dêem o passo a que o MNE da Polónia, Sikorski, os incita constantemente: "Assumam-se plenamente como potência que são, mesmo no campo militar!". Ou dito em alentejano: " Mandem de uma vez na gente, porra!"
Mas se mandarem os alemães, não voltam por isso as SS. Essa confusão é criminosa e desvia perigosamente o debate. Se eles mandarem será tão só às ordens dos mercados. Que já deixaram cair Chipre, mas estão bem e recomendam-se. Viajam nuns submarinos, em forma de pepinos, que andam no fundo do mar.
A propósito:
ReplyDeleteO ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse segunda-feira à noite que as críticas feitas à Alemanha se devem "à inveja" dos outros países, durante uma entrevista televisiva, citada pela agência AFP.
"Sempre foi assim. É como numa turma, quando temos os melhores resultados, os que têm um pouco mais de dificuldades são um pouco invejosos", afirmou o ministro, na cadeia de televisão pública ZDF, em resposta a uma questão sobre as críticas que se multiplicam contra a Alemanha, em particular na Europa do Sul.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/criticas-a-alemanha-sao-motivadas-pela-inveja=f796258#ixzz2Oe6CZsTV
O problema é que os alemães nunca saem da escola.
ReplyDeletea)Sally Bowles
" tão só às ordens dos mercados"...
ReplyDeleteClaro, tão lúcido este seu post senhor embaixador, se Angela Merkel não dançasse a esse ritmo já tinha perdido o concurso e lá se ia a sua sensualidade discreta e masculina além do poder criativo na habilidade para coreografias de capitalismo pra frentex de tão moderno e atual como a democracia.
Até mesmo sabendo que não sou muito dada a obsessões por dinheiro e bens materiais , me equaciono se não serei invejosa ou ressabiada contra os alemães, vou meditar enquanto faço um retiro para fazer o jantar.
Este texto é muito sério meu caro Alcipe. E, não fora a referência aos submarinos em forma de pepino, que me levou a sorrir pela subtileza poética, diria que o meu amigo foca o núcleo da questão.
ReplyDeleteTenho pena que Hollande seja, de facto, "un homme normal", que todos os dias cede mais um bocadinho. Porque a França poderia ser a areia no sapato de Angela Merkel. Mas, com este Presidente não é, nem será.
Como também tenho pena que a Chanceler tenha esquecido o que o seu país deve à Europa.
Mas eu sempre fui portuguesa. Com o bom e o mau dessa escolha.
Quanto à America, meu caro, não há almoços grátis...
Só uma pequena nota. Os nazis não eram doentes nem sofriam de nenhuma patologia especial. Eram alemães e austríacos normalíssimos. Tanto assim que todo a “nação alemã” os apoiava. Mudam-se os tempos, mas não se mudam as vontades, embora se mudem os meios.
ReplyDeleteO conhecimento profundo do nazismo e da Alemanha é muitíssimo importante para perceber a actual crise.
Apenas isto…por agora.
Um alemão diz o óbvio:
ReplyDelete"Le pire c'est que cette crise profitera aux allemands, car les dépositaires des banques des pays du sud vont aller mettre leur argent en Allemagne. Mais c'est une tragédie pour l'Allemagne, qui apparaît comme une puissance trop dominante, comme pour l'Europe."
(Hubert Faustmann, professor de Ciência Política, no "Monde" de 26/3)