Este poema interrompido
ficou escrito num guardanapo de papel
do café em que todos no encontrávamos
para falar da Revolução.
Ao arrumar livros, caiu-me hoje o poema nas mãos
e refez-se por um momento a máquina do mundo,
neste eixo de quarenta anos.
ficou escrito num guardanapo de papel
do café em que todos no encontrávamos
para falar da Revolução.
Ao arrumar livros, caiu-me hoje o poema nas mãos
e refez-se por um momento a máquina do mundo,
neste eixo de quarenta anos.
sim, por vezes dos livros arrumados nas estantes caem papeis inesperados que lá metêmos há anos e que julgávamos perdidos ou de que nos esquecêmos. assim, uma carta de alguem a anunciar-nos uma triste noticia, ou um apontamento, ou um poema do tempo de falar da revolução, não interessa, era deduz-se o livro que estava a ser lido no momento de então, e normalmente esses papeis assim continuam no livro que os acolheu.
ReplyDeleteMeu caro Alcipe sinto aí uma mistura de nostalgia e amargura.
ReplyDeleteSe assim for, creia que o compreendo. O meu inabalável optimismo vem sofrendo rudes golpes!
Lúcida (ainda), a velha senhora parece não ter ilusões acerca das suas rimalhices, coitada:
ReplyDeleteeu e meu poema
meu poema e eu
que ninguém nos tema
não somos problema
meu poema é rima
sopram-lhe de cima
desapareceu
e a velha morreu
Oh camarada Senhora Dona Velha, nada de morrer agora, se faz favor. Isto vai aquecer....
ReplyDeleteA Velha Senhora tinha tomado Alvarinho para Senhoras e julgou que estava a encontrar o Alvarito da Economia. Com a idade acontece...
ReplyDelete"levantado do chão" o teu poema
ReplyDeleteganha asas de triste actualidade
que cada maré de hoje seja um tsunami
de coragem e de grito à liberdade
A razão há-de ter de novo força
antes que seja demasiado tarde...
Bom poema para hoje, dia 2 de Março!
DeleteSenhor Embaixador Poeta se me permite
ReplyDeletededicado à nossa velha Senhora
Oh querida amiga
Dos sindromes de abstinência
e dos sonhos de outrora
reinventam-se da pertinência
renasceres sem demora
mesmo em ressacas pungentes
mortas por um lusco fusco
acordam de marasmos dormentes
coragens depois do susto
Além disso a contraceção
jaz no planeamento familiar
nas liberdades sem omissão
para a mulher se recuperar
Ingerir uma pilula de prazer
alvarinho pudim o que lhe aprouver
convém na diferença de género
uma satisfação do eterno ao efémero
Daí que ...
só...
não lhe é permitido morrer
sem a promessa de logo,
revitalizada renascer.
Abraço
Isabel
Transmontana. Pedra bolideira resistente a maduros carrascões.
Não se cala a velha senhora! Diz que se solidariza com Era uma vez, que agradece a simpatia da 'minha Isabelinha' e que:
ReplyDeletemas que porra é esta?
digo solipsismos
de poesia autista
e logo contesta
ele o grande artista
com lapalacismos:
nada de morrer
agora é viver
que vai aquecer
digo rimalhice
(de 'artista' pequena
de velha com telha)
soprável - lá disse:
vem-me a grande helena
chamar velha a velha
juntar-me ao alvarito
não não é bonito
digo eu e repito
pra rimas já dei
hoje há é ação
manifestação
eu lá estarei
a grei contra a 'lei'
connosco os verei?
hei??? hei!!!
Monday, October 22, 2012
ReplyDeletePoema interrompido (a memória de M.A.Pina)
Se desta noite o nada nos sobrar,
que diremos da voz que em nós calou
e fez dos nossos gestos um esgar
que a vergonha não viu e não poupou?
Calemos desde já nossos poemas.
A verdade aparece devagar
e não liga a metáforas ou temas,
só nos resta a imagem mais vulgar.
Foi esta noite e o nada que nos fez.
Interrompo o poema desta vez.
Posted by Alcipe at 11:58 PM
In Tim Tim no Tibete
Lembrei-me deste poema, que também gostei muito.
Pertinente o poema de Era Uma Vez, além de bonito.
C'est un vrai régal de venir au Tibete!
ReplyDeleteVive la poésie!
Vive les femmes!
Vive la révolution!
Errata
ReplyDeleteErrei ao transcrever o que me ditou a velha senhora às 2:17 PM.
Na sexta lnha, leia-se 'lapalissismos' (de Monsieur de La Palisse) e não 'lapalacismos'.
O poema de Era uma Vez já me levou às lágrimas e fez-me sair de casa.
ReplyDeleteBem gostava de o escrever num cartaz.Merecia ser lido e filmado.
Encantada com os poetas
ReplyDeleteDaqui e da revolução.
E mais ainda com os portugueses
Que aguentam os patetas
Que nos governam, às vezes.
Sem senso nem razão
E nos roubam o pão!
É deste povo que me orgulho.
Não da Europa que nos esfola.
Nem da Merkel que nos engana
Nem da América de Obama.
Gosto é de Portugal
Meu país, minha terra,
Minha gente afinal.
Vão-se estes, venham outros
Para aliviar nosso mal!
Bem senhor Embaixador o que o seu poema interrompido faz florescer a inspiração para poemas completos de liberdade...
ReplyDelete"caiu-me hoje o poema nas mãos
e refez-se por um momento a máquina do mundo,
neste eixo de quarenta anos. "
Sublime o alerta...
Subscrevo também a nossa Sábia HSC.
E deixaremos a marca da liberdade
numa alma com sino como despertador
que nos acorde sem dó nem piedade
como a fome e a sede quando têm dor
E deixaremos a marca da liberdade
equitativa no seu espirito de missão
em abono da única plausivel verdade
que nos une no elo mais forte do cordão
e deixaremos a marca da liberdade
aos nossos filhos com o nosso exemplo
de firmeza contra a austeridade
e contra quem lhes quer usurpar o tempo
E deixaremos a marca da liberdade
mesmo a despertar na clandestinidade...