Monday, March 31, 2014

Tubingen, torre de Holderlin


Friedrich Hölderlin: "Hälfte des Lebens" / "Metade da vida": trad. de Manuel Bandeira




Metade da vida


Peras amarelas
E rosas silvestres
Da paisagem sobre a
Lagoa.

Ó cisnes graciosos,
Bêbedos de beijos,
Enfiando a cabeça
Na água santa e sóbria!

Ai de mim, aonde, se
É inverno agora, achar as
Flores? E aonde
O calor do sol
E a sombra da terra?
Os muros avultam
Mudos e frios; à fria nortada
Rangem os cata-ventos.



Hälfte des Lebens


Mit gelben Birnen hänget
Und voll mit wilden Rosen
Das Land in den See,
Ihr holden Schwäne,
Und trunken von Küssen
Tunkt ihr das Haupt
Ins heilignüchterne Wasser.

Weh mir, wo nehm ich, wenn
Es Winter ist, die Blumen, und wo
Den Sonnenschein,
Und Schatten der Erde?
Die Mauern stehn
Sprachlos und kalt, im Winde
Klirren die Fahnen.



HÖLDERLIN, Friedrich. Sämtliche Werke und Briefe. München: Carl Hanser
Verlag, 1970.

Tradução:
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.

2 comments:

  1. pois, holderlin, e a emissora classica teve a simpatia de me recordar enquanto ouvia radio no carro e vinha de fazer a inspecção do carro, os 140 anos de paul verlaine feitos ontem e de me dar um poema dele musicado por fauré e cantado por não sei bem quem, uma soprano.

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  2. e os 100 anos de octavio paz, mexicano, poeta, premio nobel e diplomata.
    não querendo abusar apanho o espaço de tintim para aqui copiar o seu "garabato":

    Con un trozo de carbón
    con mi gis roto y mi lápiz rojo
    dibujar tu nombre
    el nombre de tu boca
    el signo de tus piernas
    en la pared de nadie.
    en la puerta prohibida
    grabar el nombre de tu cuerpo
    hasta que la hoja de mi navaja sangre
    y la piedra grite
    y el muro respire como un pecho...

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