Senhor Kappus, hoje não se pode falar de poesia
sem um desprezo inteligente na voz,
uma abjecção no seu exercício e a negação das qualidades
ou da própria ideia de obra,
como mecanismo para tudo legitimar através da "quebra da aura".
Esse hábil movimento de desqualificação,
teoricamente mais ou menos fundamentado,
conforme o estado de espírito de cada um,
permitirá exaltar o eu do poeta, esse eu abjecto, marginal, maldito,
nimbado da sua insatisfação.
Faz-me isso lembrar, senhor Poeta,
o modo como se defende agora o chamado Estado Social
exatamente através da sua minuciosa destruição. A poesia
desses anti-poetas vai no fundo...
Mais uma vez, com o seu oportunismo insidioso
e à espera dos aplausos da galeria,
vem o Senhor Kappus levar a conversa para a política.
Desista. Não interromperá facilmente este meu discurso.
Pacientemente continuarei a chamar-lhe jovem poeta
e dificilmente resistirá a este apelo.
À mesma hora, no dia combinado.
sem um desprezo inteligente na voz,
uma abjecção no seu exercício e a negação das qualidades
ou da própria ideia de obra,
como mecanismo para tudo legitimar através da "quebra da aura".
Esse hábil movimento de desqualificação,
teoricamente mais ou menos fundamentado,
conforme o estado de espírito de cada um,
permitirá exaltar o eu do poeta, esse eu abjecto, marginal, maldito,
nimbado da sua insatisfação.
Faz-me isso lembrar, senhor Poeta,
o modo como se defende agora o chamado Estado Social
exatamente através da sua minuciosa destruição. A poesia
desses anti-poetas vai no fundo...
Mais uma vez, com o seu oportunismo insidioso
e à espera dos aplausos da galeria,
vem o Senhor Kappus levar a conversa para a política.
Desista. Não interromperá facilmente este meu discurso.
Pacientemente continuarei a chamar-lhe jovem poeta
e dificilmente resistirá a este apelo.
À mesma hora, no dia combinado.
Por meu intermédio, pois não lida com internetes, soube a 'velha senhora' das quadras dum tal Luís Castro Mendes, publicadas em blogue da concorrência. Chata e impertinente como sempre, quer intervir e comentar, mas é aqui, vá-se lá saber porquê.
ReplyDeletecom menos lugares à mesa
mas co'uma sílaba a mais
as contas ficam normais?
confesso a minha surpresa
poeta - sei - menospreza
pequenas regras formais
eu sigo as regras gerais
rimalho em só pequeneza
mas quero que fique claro
que admiro tanto o poeta
e a sua descida ao chão
que aqui até o comparo
eu velha chata e pateta
ao tão grande gedeão:
[…]
Enquanto tudo isso acontecer, e o mais que se não diz por ser verdade,
Enquanto for preciso lutar até ao desespero da agonia,
O poeta escreverá com alcatrão nos muros da cidade:
ABAIXO O MISTÉRIO DA POESIA.
(António Gedeão, poema Enquanto, in Linhas de Força, 1967)
Querida Velha Senhora
ReplyDeleteBom saber de si.
Repare que basta fazer a elisão da vogal átona em lugar's para cair uma sílaba. As átonas do português de Portugal dão para estes truques métricos.
Será a Velha Senhora do Brasil?
Cordialmente
a) Alcipe
Por gentileza do dono deste blog