Ilya Repine (1844 - 1930) , A resposta dos Cossacos Zaporogues
Varrida pela chuva a álea rasa,
abre o inverno nesta primavera.
O tempo quis negar-nos sua casa,
a História fez de farsa ou de quimera
prometida por doutos e por santos
que nos levam, de cegos, ao abismo:
folheio pela noite fólios tantos,
que já não sei se sonho no que cismo.
Este tempo não sabe da desgraça,
repete sem cessar a ladainha:
liberdade que nasce em cada praça,
alvorecer enfim que se avizinha!
Mas no amanhecer entre destroços
o tempo varre cinzas, restos, ossos.
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