Tuesday, August 6, 2013

Cria cuervos

Mais que supérfluo, daninho.
Sustentarem-me e um embaraço.
Aqui o corvo fez seu ninho:
baixo o meu braço.

Ocorre o eco, saio de cena.
Sustentarem-me e um desconcerto.
O corvo busca sua merenda,
tumulo aberto.

Demoro pouco, deixei uns versos.
Sustentarem-me e um desperdício.
O corvo busca ossos dispersos
no precipício.

3 comments:

  1. curiosas as ambiguidades deste poema com bonita cadencia, mas mudando de assunto recorda allan poe e tambem a canção espanhola cria cuervos, não sei se é assim que se chama, mas aparece no inicio da pelicula de carlos saura, só pelo titulo que ignoro a letra, mas poe sim, pelo tema romantico, talvez gótico, corvo, tumulo, ossos, mas é na ambiguidade que reparei em primeiro lugar, confunde o leitor mas o leitor cala e não interroga, etc etc

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  2. Cria cuervos y te sacaran los ojos

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  3. Hum tão profundo quanto bonito,
    mas sinto um arrepio e mau agoiro...

    Que ajuste sublime à realidade, mas apetece-me induzir o pensamento para as gaivotas mais encorajadoras e reflexivas...

    Lido mal com a sofreguidão dos corvos....

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