Lendo comentários de amigos brasileiros inteligentes sobre Portugal (não entendem nada de nós!) compreendo que a verdadeira amizade só pode fundar-se num misto contraditório de identidade e de estranheza, um oxímoron que é a chave do afecto : sem uma parte de identidade não há aceitação; sem alguma estranheza deixa de haver reconhecimento , porque pesa sobre nós então a arrogante exigência identitária.
Talvez neste misto de identificação profunda com os outros e de radical incompreensão (sem qualquer má fé nem raiva) da diferença dos outros esteja o segredo da convivência intercultural no Brasil, o país mais generoso e aberto na integração das outras culturas que existe no mundo.
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Que belo texto. Especialmente para quem, como eu, cada vez gosta mais de quem é diferente de mim!
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