Gilles Deleuze sobre Spinoza (curso em Vincennes, 1978) :
A tristeza será toda a paixão, não importa qual, que envolva uma diminuição de minha potência de agir, e a alegria será toda a paixão envolvendo um aumento de minha potência de agir. Isso permitirá que Spinoza, por exemplo, realize uma abertura em direção a um problema moral e político muito fundamental, que será a sua própria maneira de estabelecer o problema político: como acontece que as pessoas que têm o poder, não importa em que domínio, tenham necessidade de afetar-nos de uma maneira triste? As paixões tristes como necessárias: inspirar paixões tristes é necessário ao exercício do poder. E Spinoza diz, no Tratado teológico-político, que esse é o laço profundo entre o déspota e o sacerdote: eles têm necessidade da tristeza de seus súbditos. Aqui, vocês compreenderão com facilidade que ele não toma "tristeza" num sentido vago, ele toma "tristeza" no sentido rigoroso que ele soube lhe dar: a tristeza é o afeto considerado como envolvendo a diminuição da potência de agir.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
Se em 1978 grande parte das pessoas entenderia isto, que dizer do mundo de hoje?!
ReplyDelete