Friday, March 18, 2011

Do livro "Imitações e Disfarces" de Ronaldo Azenha

A FERNANDO PESSOA

A chuva no coração
faz a relva das imagens
brilhar como a sensação
que vem depois das viagens.

E quem quiser aprender
o seu mote nesta veia,
tem que parar, esquecer
tudo aquilo que encandeia.

Por isso te dou eu corda,
vagabundo coração,
ductilidade na forma
a desenhar emoção ...

Ronaldo Azenha de Noisiel

4 comments:

  1. Diga lá, ó doutor, se isto não é poesia asseada. Gostaria de escrever assim, não era? Mas não é para todos, desculpe lá. Já agora, podia ter dito quem fez o prefácio. O que é que tem contra a senhora D. Odete Santos?

    Aproveito para esclarecer uma atoarda que anda por aí, de que o meu nome é Zenha e não Azenha. Ora bem, não é verdade! Sou Azenha, dos Azenhas de Azenha da Rebimba, em Sabadão, perto de Ponte de Lima, onde ainda sou parente do antigo Senhor Presidente da Câmara, o Senhor Campelo, que me manda sempre um queijo para Pont de Sèvres, pelos Natais. E nas Feiras Novas, já por lá encontrei o Dr. Portas, que, sendo quem é, não esquece nunca a lavoura. Um dia, Senhor Alcipe, ainda o convido para o fogo preso que fazemos em Azenha da Rebimba, nas festas de Santa Comba.

    Ronaldo Azenha de Noisiel (Pont de Sèvres)

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  2. A Alcipe

    Poemeta

    Da forca do povo
    À força do povo
    Matemos o polvo
    Que é a regra do jogo

    Ninguém no terreiro
    Ninguém em Janeiro
    Ninguém é guerreiro
    Na morte em bueiro

    E depois o dia
    E depois talvez
    A luta fazia
    de conta, essa vez


    Ronaldo Azenha de Noisiel (Pont de Sèvres)

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  3. Neste poema Ronaldo Azenha defronta com grande mestria a "angústia de influência" (Bloom) da poesia brasileira sobre nós. Poema a estudar com atenção.

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  4. Voilà! Vejo que começa a compreender-me. Ainda lá chegará, caro Doutor.

    Respeitosamente

    Ronaldo Azenha de Noisiel (Pont de Sèvres)

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