Veneza é fora da vida
e a vida entra dentro dela:
as coisas do dia a dia
não a fazem menos bela.
Mudar de casa, limpar,
tudo é diferente aqui.
Ponho-me a imaginar
como morei e vivi
mesmo à beira de um canal
que nao vem em nenhum mapa,
ocupando-me bem mal
de algo a que não se escapa,
que é viver tão normalmente
no interior da beleza,
que se finge de repente
uma sublime surpresa,
máscara de Pulcinella
a cobrir nossos andrajos
ou a poesia mais bela
a fugir pelos atalhos
de estar aqui em Veneza
para aprender que a vida
vem subverter a beleza
sem nos dar qualquer saída.
veneza está para além da vida, pode ser isso o que se quer exprimir, e imaginar o que seria viver em veneza, a vida do dia a dia nessa cidade um pouco parada no tempo, em perigo diz se de vez em quando, tal como a torre de pisa, mas o que está em perigo por lá dura séculos, será isso, viver no interior da beleza, melhor por dentro ou de fora? sim, tudo ali é um cenário, as máscaras são várias, o teatro é particular, polichinelas, arlequins, colombinas, a viva e bela estalajadeira que sabia viver em veneza, creio que era lá, onde será a estalagem, goldoni, o inspector brunetti ou não sei quê, veneza não dá pois qualquer saída, a poesia corre pelos atalhos e volta ao sitio inicial, torcello, murano, hemingway, vivaldi, a surpresa de ali fingir ao viver, etc
ReplyDeleteBonito poema,de facto Veneza é toda uma musa inspiradora.
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