POBRE BRÜCKNER
Monumental, informe, derivante,
repetitivo e não sabia música,
discípulo de Wagner...-pois sim.
Mas todo o estrondo à volta de singelos
temas ingénuos mal desenvolvidos
(se à maneira de um outro, é claro) pela orquestra
que vai massiça em pompa de incessantes ritmos
à conquista de ser-se esta paisagem
de som em panoramas de severa altura:
às botas lhe assobiem. Que ainda ecoa
de uma amplidão de humanidade dentro
como a que existe no silêncio de alma
ao ver-se quanto em espaço de vazio
o amor humano se conhece e perde
por um divino que em si mesmo está
sonhando-se de vida e sobrehumana paz.
JORGE DE SENA, "Arte de Música"
Que curioso. Ando de novo com o Jorge ao meu lado. Com saudades imensas dele. Nem mesmo sei porquê. Talvez, quem sabe, saudades de mim.
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