Sunday, June 5, 2011

Reflexão em dia de eleições


REMÉDIOS PARA A POESIA


Já que o dia não perdoa
a quem nasce dia a dia,
digo hoje o que me enjoa
nesta coisa da poesia:
nunca ela desculpou
a quem pronto a não servisse
em fazer quanto mandou
com fervor e até crendice.
A poesia é como o sal,
lá dizia o Gombrowicz:
tomada só faz-nos mal.
Não há medida que fixe
o quantum satis do dia,
nossa ração de poesia!

Mesmo assim ela faz falta.
Tremo de a ver doentinha,
tomo-lhe o pulso que salta,
preparo-lhe uma mezinha.
Poesia, tu não me deixes,
vais-te curar, não te queixes!

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