RESPOSTA A ANTONIO DIAS DA PARTE DAS VITIMAS DA FOME
Poetas comilões, António Dias,
são mato nesta mata esfomeada:
alguns papam almoços sem azias
e jantam prémios feitos à molhada.
Papança (belo nome) fez receitas
em verso bem medido e bem lançado.
Esquecemos Bulhão Pato e as perfeitas
amêijoas que devemos ao seu fado.
Poetas são pessoas de alimento,
dêem-nos de comer, façam favor!
Não cortem a raiz ao pensamento,
que a comer ganha asas o amor.
Poetas comilões, António Dias,
são mato nesta mata esfomeada:
alguns papam almoços sem azias
e jantam prémios feitos à molhada.
Papança (belo nome) fez receitas
em verso bem medido e bem lançado.
Esquecemos Bulhão Pato e as perfeitas
amêijoas que devemos ao seu fado.
Poetas são pessoas de alimento,
dêem-nos de comer, façam favor!
Não cortem a raiz ao pensamento,
que a comer ganha asas o amor.
Um soneto recebido do Mário Quartin Graca:
ReplyDeletePara o povo ser poeta e
Andar nas nuvens, nefelibata,
Fumar ópio ou cheirar rape,
Viver do nada, vida barata.
Viver, viver, sem saber de que,
Sem que a porta sequer lhe bata
Quem uma côdea de pão lhe de
A quem a sorte tao mal trata.
Mas, afinal, como isso e vão!
E como e grande essa ilusão!
Porque a imagem do poeta
Esconde, guloso e comilão,
Um voraz brutamontes que nao
E etéreo, delicado esteta.
Mário Quartin Graca
Lamento que entre Lisboa e Estrasburgo quase todos os acentos agudos e todos os circunflexos se tenham evaporado. Resta confiar na perspicácia dos leitores para que possam apreciar a "qualidade" desta obra poética. MQG
ReplyDeleteIsto agora com os cortes, resolvemos cortar nos acentos..,,
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