Sunday, October 27, 2013

Da poesia e do beber


SONETO AO BAR PROCOPIO E AO AMIGO QUE ME CHAMOU

Eu ouvi o apelo do Procópio,
mas levemente a chuva aqui batia
e a SIC Notícias fez-se ópio,
já eu no meu sofá adormecia,

enquanto no desvão da Mesa Dois
as ideias salvificas surgiam
e a Pátria se mirava num depois
que sabemos virá, mas não o dia!

E eu no meu sofá a ressonar!
Ó vergonha, ó infâmia de um destino!
Que é feito do meu brilho a conversar?
"Se nunca o tiveste" diz ladino

o amigo da onça que há em mim!
Pois bebam muito bem, eu fico assim.
(O Bar Procópio é um lugar de tertúlia de velhos combatentes, onde o autor, exausto de um dia de trabalho, desencorajado pela chuva e preso ao fascinante programa Expresso da Meia-Noite, renunciou a ir)

1 comment:

  1. A propósito do seu belo soneto - parabéns! -, permito-me remeter-lhe, caríssimo Alcipe, dois comentários com rimalhices da nossa amiga, a ´velha senhora', já enviados à 'concorrência' (Duas ou três coisas) mas ainda ali não publicados.

    1.
    O "soneto ao bar Procópio e ao amigo que me chamou" impressionou a 'velha senhora':

    não é só isso pois não?
    parece pouco - lamento -
    soneto só divertido?

    forte é a minha opinião
    (fraco o meu entendimento?)
    mas pra mim tais versos são

    de menino mui sabido
    e/ou poeta de talento

    2.
    Nem imaginam quão satisfeita a 'velha senhora' ficou ao ver confirmada no blogue 'Tim Tim no Tibete' a sua forte opinião (para mim tinha dito 'certeza') de que o soneto procopiano é, de facto, do Alcipe:

    agora vi no tim tim
    e fiquei muito contente
    alcipe é que era pra mim
    competente e inteligente

    pra tal delícia escrever
    que li reli encantada
    alice eu fora e que prazer
    no bar a expor encaixilhada

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