David Mourão Ferreira
Tu vens de terras de Holanda,
mas tens a carne morena,
E em vez da serena, branda
postura que o Norte manda,
teu corpo se desordena
à carícia, por mais branda...
Tu vens das terras de Holanda...
Eu venho de Portugal:
o mesmo é dizer que venho
de longe, do litoral,
e um sabor, no corpo, a sal
definiu meu Fado estranho.
Aqui me tens, donde venho:
eu venho de Portugal...
Trago nos lábios o Mar,
cheio de vento e de espuma...
E tu mo virás roubar!
- Ai descampados ao ar,
onde houvera ventos, bruma! -
Com saudade hei de lembrar:
tinha nos lábios o Mar...
Hei de lembrar e sofrer
o que fôr perdendo aqui...
Mas um colo de mulher
tudo merece, e requer
o abandono de si...
Quem me dera que por ti
venha a lembrar e sofrer...
Tu vens de terras de Holanda,
eu venho de Portugal:
cada um de sua banda...
Sabe o Destino o que manda,
quer p'ra bem ou quer p'ra mal...
- Não mais as terras de Holanda
e areias de Portugal!
"Eu venho de Portugal
ReplyDeleteo mesmo é dizer que venho
de longe do litoral"
deixo lá o coração
mas trago cheio o bornal
preciso dumas tamancas
que me assentem bem no pé
doce trago o bom recheio
que me deu o bom do Zé
ele que anda quase morto
(tudo aquilo a dar pro torto)
"Sabe o destino que manda
quer pra bem ou quer pra mal"
Isto é mesmo muita areia
pra ficar em Portugal...
O humor mata!
ReplyDeleteE o amor também!
Muito bem, ERA UMA VEZ!
ReplyDeleteGostei
a) Feliciano da Mata
Que bom meu caro Feliciano!
ReplyDeletenão sabia só escrever poesia, sabia tambem construir o verso.
ReplyDeleteoH land...
ReplyDelete