Nunca será esta a cidade que amaste
no segredo da tua infância,
com livros e mapas junto ao peito e os sonhos
de mares distantes e mulheres debruçadas
na amurada dos navios piratas.
Qualquer cidade é pouco para o que traz um sonho.
No entanto, ah, no entanto,
alguns lugares na terra pensaste
que podiam tornar-se uma morada. Mas logo partias
e o encanto de mudar de abrigo se te fazia destino,
destino de adivinhar a linha da costa
a desenhar-se pouco a pouco no horizonte.
Entretanto olhavas as mulheres debruçadas
nas amuradas dos navios.
A nada podemos em verdade chamar nosso.
Tudo é partir e o próprio amor
não passa de um humilde percurso na terra.
Qualquer cidade é aquela mesma cidade
que amaste no segredo da infância,
enquanto os olhos das mulheres
desenham o teu perfil no horizonte de uma incerta costa.
no segredo da tua infância,
com livros e mapas junto ao peito e os sonhos
de mares distantes e mulheres debruçadas
na amurada dos navios piratas.
Qualquer cidade é pouco para o que traz um sonho.
No entanto, ah, no entanto,
alguns lugares na terra pensaste
que podiam tornar-se uma morada. Mas logo partias
e o encanto de mudar de abrigo se te fazia destino,
destino de adivinhar a linha da costa
a desenhar-se pouco a pouco no horizonte.
Entretanto olhavas as mulheres debruçadas
nas amuradas dos navios.
A nada podemos em verdade chamar nosso.
Tudo é partir e o próprio amor
não passa de um humilde percurso na terra.
Qualquer cidade é aquela mesma cidade
que amaste no segredo da infância,
enquanto os olhos das mulheres
desenham o teu perfil no horizonte de uma incerta costa.
São como a procura incessante do lugar eleito que sempre esteve, só,no imaginário...
ReplyDeletePoema tão bonito, faz-lhe jus.
Ó Alcipe que mágicas palavras para se lerem baixinho, ao cair da tarde.
ReplyDeleteDeus - já sei, já sei, não foi Ele - deu-lhe o dom extraordinário de ser o arquitecto da parávora. E a mim - sorte minha - o encantamento com a obra.
Digo-o com a alma: você é um dos nossos grandes poetas!
"tudo é partir e o próprio amor não passa de um humilde percurso na terra...qualquer cidade...
ReplyDelete--------------------------------------------
MÃE
Qualquer cidade não!
Teria de ser esta mãe
onde foste mais feliz
onde te debruçavas na janela para ver chegar os netos do Liceu
onde o tempo era teu, apenas teu e daqueles que amavas sem alarde
Só esta cidade
que não sendo tua
te recebeu entre a serra e a maresia
de braço dado
passeaste no cais com o teu homem de sempre
até um dia
em que se foi sem tempo para te dizer adeus
Tu não mãe
serena e sem pressa como sempre
foste partindo devagar devagar
e no nosso último beijo
eu vi que me seguiste com o olhar
Eu volto amanhã...(disse)
Qualquer cidade não
Só esta mãe
poderia receber-te
por isso se entreguei a ela
como um troféu merecido
grato
e conquistado
Só esta cidade...
e agora mãe
o que faço eu com esta dor
e esta saudade?