Envergonhei-me, ó Deus, da minha ignorância,
ao ouvir na têvê uma dama Constança
e mais comentadores, jornalistas, em suma
agora vejo eu: não sei coisa nenhuma.
Na faculdade andei, de pouco me serviu:
qualquer destes senhores sabe mais que o que viu.
Ó glória da nação, ó lusa inteligência,
todo o saber está num canal de referência.
Tão simples, afinal, governar a nação,
resolver duras crises, dar ao mundo lição:
a ciência da pátria está na televisão!
ao ouvir na têvê uma dama Constança
e mais comentadores, jornalistas, em suma
agora vejo eu: não sei coisa nenhuma.
Na faculdade andei, de pouco me serviu:
qualquer destes senhores sabe mais que o que viu.
Ó glória da nação, ó lusa inteligência,
todo o saber está num canal de referência.
Tão simples, afinal, governar a nação,
resolver duras crises, dar ao mundo lição:
a ciência da pátria está na televisão!
Meu caro Alcipe
ReplyDeleteNa tv a glória da nação
está nas mãos do comentador
de ocasião.
A mando dos partidos
para arredondar a pensão,
a reforma ou o salário.
Falam do que não sabem,
Sem rebuço ou precaução.
Ninguém lhes pede contas
E todos lhe estendem a mão.
Uma notícia aquí
Uma sugestão acolá.
Porque hoje mandam uns,
Mas amanhã quem mandará?
Salvam assim a pele
O poder e a função
Riem-se de todos nós
Que lhes demos ganha pão
Sejam públicas ou privadas
Sejam púdicas ou descaradas
São elas que comandam
As nossas tristes palhaçadas.
"a televisão"
ReplyDelete...e depois há o outro lado da questão...
o milagre da única companhia
de tanta impensável solidão
e os profissionais de brio
por amor
por paixão
que nos trazem o mundo
e os olhares todos ou todos os ângulos do olhar
e que dizer do HUMOR?
o sorriso e a gargalhada
que esquecem a crise
o medo
a inquietação
o HUMOR sim!
é serviço público...não?
De facto, uma moeda tem sempre dois lados.
ReplyDeleteQuanto à solidão...como eu concordo com a era uma vez.Às vezes a TV é a única voz da casa.
E o humor, neste momento tão em alta, ajuda mesmo a carregar a cruz dos dias.
Oportuna e boa ideia uma poesia satirica e a propósito. Tinhamos uma longa tradição que foi esmorecendo, escarneos e mausdizeres, bocages, tolentinos, junqueiros e leais já não há. Ou assim parece.
ReplyDeleteAproveito para parafrasear vasco santana na tirada da canção de lisboa que dizia "oh seu palerma, chapeus há muitos", eu diria mesmo mais, "ó sr espectador, constancias há muitas mais, tantas quantos são os canais".
Notas. o final em ia é pra rimar
Na faculdade andei ,de pouco me serviu(...)
ReplyDeleteNao acredito, pelo menos mais que a televisao.
Tem-se falado por estes dias que a introdução da televisão digital vai, por questões técnicas deixar algumas faixas do interior do país sem "televisão".
ReplyDeleteClaro que serão zonas já de si quase desertas, longe de centros de saúde, de hospitais, de bombeiros, de farmácia, de correio,de polícia, enfim...
Nós, os "citadinos" que criticamos tantas coisas que o écranzinho fornece, temos alguma ideia o que significa para essa gente ficar sem a sua "QUERIDA TELEVISÃO"???
Convido-vos a meditar sobre isto...