Saturday, March 20, 2010

Os emergentes e os submergentes

Dizem que os asiáticos são arrogantes e estão convencidos que nos enterram com esta crise. Bom, acabo de ler um artigo brasileiro que vai no mesmo sentido : os caras acham que vão acabar por se tornar dentro da relação de forças mundial tão fortes como já são no futebol!

Uma Europa sem rumo e uma América hesitante estão a dar ilusões perigosas (para eles próprios) a estes simpáticos emergentes. Um ministro indiano dizia "se há nações emergentes, também há nações submergentes". Somos nós, a Europa.

E somos nós, europeus, os culpados deste estado de coisas : não só os PIGS ou os GYPSYS, como nos chamam agora, mas sobretudo países como a Alemanha, que acham que não é nada com eles, porque são luteranos e seguem apenas os ditames da sua consciência. Os autistas do Mundo...

Os Estados Unidos serão por muito tempo a maior força militar a nível mundial, por muitos problemas que tenham ou possam vir a ter. Onde eu vejo declínio e indecisão é na Europa. Onde eu vejo determinação, calma e estratégia fria é na China.

A Índia pode ser arrogante no coração, mas é sempre discreta e prudente na acção. O Brasil que guarde o seu entusiasmo para a Copa e continue a trabalhar bem, que tem ganho muito, muito mesmo, em termos de posicionamento internacional : não precisa de fazer mais espalhafato...

Só me atrevo a dizer isto pela profunda amizade que tenho pelo Brasil (e sobretudo pelos brasileiros, porque, como disse, não há afectos por nações, só há afectos por pessoas)!

2 comments:

  1. Excelente post. Que merece meditação profunda. Por isso a capa da Times, há duas semanas, eliminava a Europa do mapa mundi.
    Já agora junte à senhora Merkl, Sarkozy e Gordon Brown. Têm ajudado bastante a este estado de coisas...
    E Obama que se acautele!

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  2. Mas o pior é que é apenas uma ilusão, sabe, e das mais vagas.

    Por mais que o país cresça e conquiste espaço no mundo, este é um crescimento falso e pouco importante, porque a educação está cada vez pior, as pessoas cada vez mais ignorantes e, o que é mais grave, mais ignorantes da dimensão da sua ignorância e do seu despreparo.

    A raiva que dá!

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