É interessante que um marxista crítico como Slavoj Zizek retome a crítica feita em tempos por Pascal Bruckner contra a culpabilidade colonial da Europa.
Não se trata de reabilitar, justificar ou dourar o colonialismo : trata-se simplesmente de nos darmos conta que atribuir todos os males do Mundo à Europa (e os norte-americanos souberam utilizar em seu proveito esta culpabilidade europeia, como bem notou Perry Anderson) é apenas uma forma perversamente narcisista de ficcionarmos que a Europa continua a ser o centro do Mundo, ideia que há muito deixou de passar pela cabeça do resto do Mundo...
Nos stigmatisations bruyantes ne servent qu'à masquer cette blessure d'amour-propre: nous ne faisons plus la loi, como observava pertinentemente Bruckner (La Tyrannie de la pénitence : essai sur le masochisme occidental, 2006).
Sobre este assunto, vale a pena ler as muito estimulantes e pertinentes reflexões do goês Jason Keith Fernandes no seu blog dervishnotes.blogspot.com/.
Uma pedra no charco da nossa boa consciência colonial e anti-colonial (vejo-as como duas faces da mesma moeda) foi o livro de Isabela Figueiredo, que aqui já mencionei.
Continuo a considerar o nosso grande livro pós colonial O Esplendor de Portugal de António Lobo Antunes...
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