Eu compreendo o movimento que leva alguém a querer destruir a sua obra : a obra é algo que ficou para trás de nós, que se tornou independente de nós, que se cola à nossa pessoa até ao âmago, sem nos deixar margem nem respiração...
Quem quer continuar a ser, tem que rejeitar todo o peso de uma obra que o amarra para sempre a uma identidade única.
Todos somos múltiplos ao nascer e únicos na morte, dizia Heidegger.
Alguns não querem tornar-se únicos. Alguns não querem morrer.
N.B. Quando digo que compreendo não quero dizer que propugno. Não me vejam a gritar: Poetas, destruam as vossas obras. Apenas gosto de compreender. E mais ainda aqueles com quem não simpatizo.
joaquim manuel magalhães não é um bom poeta e o meu juizo começa no facto de não gostar da sua poesia. por isso, não tenho livros dele.
ReplyDeletejoão miguel fernandes jorge, da mesma geração, é sem duvida bom poeta, embora repetitivo.
Não estou de acordo consigo : acho o Joaquim Manuel Magalhães um bom poeta. Mas tudo isto é matéria de gosto. O facto é que ele é um poeta importante e incontornável, goste-se ou não da sua pessoa ou da sua poesia.
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