Thursday, April 30, 2009
Luang Prabang: descendo da cidade para o rio
In Luang Prabang the city was "en fête" ...
Da vida diplomática
Ni les attraits des plus aimables Argentines,
Ni les courses à cheval dans la pampa,
N’ont le pouvoir de distraire de son spleen
Le Consul général de France à La Plata !
On raconte tout bas l’histoire du pauvre homme :
Sa vie fut traversée d’un fatal amour,
Et il prit la funeste manie de l’opium ;
Il occupait alors le poste à Singapoure…
- Il aime à galoper par nos plaines amères
Il jalouse la vie sauvage du gaucho,
Puis il retourne vers son palais consulaire,
Et sa tristesse le drape comme un poncho…
Il ne s’aperçoit pas, je n’en suis que trop sûre,
Que Lolita Valdez le regarde en souriant,
Malgré sa tempe qui grisonne et sa figure
Ravagée par les fièvres d’Extrême-Orient…
Tuesday, April 28, 2009
Adeus ao Cambodja (2)
Monday, April 27, 2009
Indochine
Só para não esquecermos o século XX...
Prasat Kravan (Angkor)
Poema publicado na revista "Relâmpago"
A ILHA DOS MORTOS REVISITADA
“Um sonho acordado” foi o que a compradora
pediu ao pintor.
E o que é mais a morte do que um sonho acordado,
de que deslizam as roupas, ao se entrever na água
a sombra do que sequer chegámos a ser?
Muitas vezes me perguntei
onde vim encontrar esta ilha.
Sei-o agora, mas é já muito tarde para partilhar
este saber que nunca mais será um privilégio.
Por isso olho esta figura de branco, eternamente de costas para nós,
ela que olha de frente a água e a morte.
e pergunto-me se o caixão não está vazio.
“one Marie Berna, who was widowed young and who later married a Count Oriola in Budesheim, visited Bocklin in Florence and commissioned “a picture for daydreaming view”…
(in Rose Marie and Rainer Hagen, “What Great Paintings Say”, Taschen, Koln, 2003
Cf o meu poema “A Ilha dos Mortos” no livro com o mesmo título (1991)
A reprodução do quadro é a da versão de Basileia
Sunday, April 26, 2009
Memória pessoal (3)
Entre as claras palavras e os duros conceitos,
que logo se tornaram
em jogos de poder,
alguns (digo eu) assim viveram
num tempo muito antigo
e (eu diria) escorraçado da História,
como se tudo não fosse afinal tecido da História,
mesmo a ingénua narração que balbucia,
o verso que estremece
e o mais não dito.
Memória pessoal (2)
O meu pequeno país: nós não sabíamos,
nós não acreditávamos que mudasse.
Acreditar na Revolução é pedir o impossível
E nós pensávamos que, como os nossos pais,
iríamos continuar o resto da nossa vida
a pedir o impossível. Ou aqui, na dura pátria,
mãe pobre de gente pobre,
usando a profissão liberal que nos fosse autorizada,
para brincar ao gato e ao rato com a Polícia,
ou no exílio, para fugir à guerra,
que outros queriam que fôssemos “subverter por dentro”.
Nós nunca percebemos
o possível.
Memória pessoal
A Revolução, quando na cidade passavam
as suaves raparigas, a Revolução,
o ciclópico acto, o dever comunista
inscrito no devir:
os seus conceitos eram duros como a pedra
dos poemas de Sophia ou de Cabral:
Marx lido pelas Grandes Écoles de Paris,
conceitos de rigor impiedosos;
e a operariazinha de Santa Iria de Azóia, encontrada
num convívio de estudantes e trabalhadores,
que corou de repente ao despedir-se de mim
(Avante, camarada, avante : deveria?).
Os papéis colados pelos muros
na policiesca noite da Lisboa,
os poemas medíocres que cantávamos
e a polícia a carregar por dentro das escolas,
para eu te levar pela mão até à rua…
Ernesto Melo Antunes
O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done; | |
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won; | |
The port is near, the bells I hear, the people all exulting, | |
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring: | |
But O heart! heart! heart! | 5 |
O the bleeding drops of red, | |
Where on the deck my Captain lies, | |
Fallen cold and dead. | |
O Captain! my Captain! rise up and hear the bells; | |
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills; | 10 |
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding; | |
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning; | |
Here Captain! dear father! | |
This arm beneath your head; | |
It is some dream that on the deck, | 15 |
You’ve fallen cold and dead. | |
My Captain does not answer, his lips are pale and still; | |
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will; | |
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done; | |
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won; | 20 |
Exult, O shores, and ring, O bells! | |
But I, with mournful tread, | |
Walk the deck my Captain lies, | |
Fallen cold and dead. |
Saturday, April 25, 2009
O 25 de Abril numa perspectiva goesa...heterodoxa
35 anos!
Friday, April 24, 2009
Pierre Loti "Le Pélérin d'Angkor" (1913)
Quand le déluge s’apaise enfin, il serait temps de sortir de la forêt pour ne pas s’y laisser surprendre par la nuit. Mais nous étions presque arrivés au Bayon, le sanctuaire le plus ancien d’angkor et célèbre pour ses tours aux quatre visages ; à travers la futaie semis obscure, on l’aperçoit d’ici, comme un chaos de rochers, Allons quand même le voir.
En pleine mêlée de ronces et de lianes ruisselantes, il faut se frayer un chemin à coups de bâton pour arriver à ce temple. La foret l’enlace étroitement de toutes parts, l’étouffe et le broie ; d’immenses « figuiers des ruines », achevant de le détruire, y sont installées partout jusque »au sommet de ses tours qui leur servent de piédestal. Voici les portes ; des racines, comme des veilles chevelures, les drapent de mille franges ; à cette heure déjà tardive, dans l’obscurité qui descend des arbres et du ciel pluvieux, elles sont de profonds trous d’ombre devant lesquels on hésite. A l’entrée la plus proche, des singes qui étaient venus s’abriter, assis en rond pour tenir quelques conseil, s’échappent sans hâte et sans cris ; il semble qu’en ce lieu le silence s’impose. On n’entent que de furtifs bruissements d’eau : les feuillages et les pierres qui s’égouttent après l’averse.
Le guide cambodgien insiste pour partir ; nous n’avons pas de lanternes à nos charrettes, dit-il, et il faut rentrer avant l’heure du tigre...
Às portas de Angkor Thom
Angkor Thom
Wednesday, April 22, 2009
A Estrada Real
Tuesday, April 21, 2009
Primeiros europeus no Cambodja
Tim Tim na Indochina
Angkor
foram (mais uma vez!) os portugueses.
Mas os padres que aqui chegaram então
não acreditaram que aquele modesto e pequeno povo,
que encontravam nos templos e nos mercados,
e cujo Rei prestava tímida vassalagem ao Sião,
pudesse algum dia ter construído aquelas maravilhas de pedra.
Assim, alguns deles atribuíram os templos a Alexandre Magno,
outros disseram-nos obra dos Romanos,
e até um suspeito frade (seria marrano?) defendeu que os Judeus, sim,
teriam sido os verdadeiros construtores de Angkor.
Nem nós próprios acreditávamos então
que os povos pequenos e pobres
pudessem alcançar de repente a grandeza.
Saturday, April 11, 2009
Pessoanas pobres
Tuesday, April 7, 2009
Encontro com Juan Gelman
Sunday, April 5, 2009
Anoitecer em Udaipur, com dois sonetos
Dentro da tua morte eu respirava
-como se perdoar me fosse dado!
Não toquei no teu corpo, velho Pai,
mas só nesse momento e ao teu lado
eu soube dar-te o que tu não podias,
nunca mais poderias entrever:
o gesto que num verso eu não diria
e que uma vez mais te vou esconder.
Só no verso medido, na tensão,
na prosódia que escrevo com temor,
é que posso falar da emoção
de não saber da morte todo o amor!
O que nunca soubeste será dado
quando desapar’cer quem a teu lado.
2.
A cinza que esta angústia deixa em mim
nos recessos da vida é que demora,
como batalha perto do seu fim,
guerra que desconhece a sua hora.
Abandonei as ilusões por fim
e deixei sossegar o pensamento:
a cinza que esta angústia deixa em mim
tolheu-me de lavrar o meu lamento.
Porque venho exibir-me na prosódia,
mais um soneto neste fim de tarde?
Que restos já desfeitos, sem história,
quero mostrar? O fogo que não arde?
Os versos recuperados da lembrança
e eu a balbuciar, como criança…