Sim, andei por fora,
por vezes não reconheço as ruas da minha cidade
e há rostos que me envelhecem o coração.
Mas não tenha dúvidas, não precisa de fazer perguntas,
de ficar atento aos meus mínimos movimentos,
de esboçar por dentro de si o desenho
daquilo a que chama a minha alma.
Os comboios param em estações abandonadas, noite dentro,
e nós saímos como passageiros estremunhados e engelhados pelo frio
para cidades desconhecidas, belas e desertas
como todo o tempo que passou.
Sim, eu sei que estou a fugir ao assunto.
Importa-se de repetir a sua pergunta?
Bem bonito.
ReplyDeleteBem bonito.
ReplyDeleteassim deveriam correr as conferencias de imprensa, etc etc
ReplyDeleteO contexto quer antes sugerir um interrogatório policial, é pena isso não ficar claro, Patrício Branco...
ReplyDeleteo andei por fora pode ser então a confissão do diplomata, uma admissão da sua vagabundagem por cidades desertas no tempo que passou, uma tentativa de justificar o não reconhecer por vezes as ruas da sua cidade, ou pode não ser nada disso, serem apenas outras coisas, e afinal o melhor é não abrir a alma no interrogatório, resistir trocando as voltas, etc
ReplyDelete"Os comboios param
ReplyDeleteem estações abandonadas, noite dentro,
e nós saímos
como passageiros
estremunhados e engelhados pelo frio
para cidades desconhecidas,
belas e desertas
como todo o tempo que passou.
Parece apenas uma divagação, do acordar da solidão...
Mas os poemas na semântica, deixam de pertencer ao poeta, tornam-se polissémicos...
Depreende-se claramente ter havido uma pergunta "prévia" , pensei numa conversa informal com algum secretismo, mas jamais interrogatório policial.