Monday, August 27, 2012



MontanhaSons sob a luz. Mosteiros,
torres sobrenaturais,
vibrando fluidamente no ar;
como? se o fluxo de mica,
os altos blocos de água,
cintilam sem rumor.

Toda esta arquitectura,
lenta percussão, perpassa;
sobre cerros sonoros;
com o seu contorno
infixo, fulgurando. Detenham-se
as estrelas quando
for noite; preguem-se
outros pregos de prata
fora do céu visível.
Sons já sem luz. Pastores
poisam as ocarinas, bebem;
entre colinas ocas;
o frio coalhado
pelas tetas das cabras.

Carlos de Oliveira, in 'Pastoral'

4 comments:

  1. Por uma qualquer estúpida razão Carlos de Oliveira não me emociona!

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  2. Nascer do sol neste terraço de Odeceixe.

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  3. Que saudade de Odeceixe onde fui tão feliz e não sabia!

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  4. Todo o poeta merece...

    um alpendre
    onde o nascer,
    do sol desvanece
    o sono da inspiração
    só,só se rende
    á fasquia de viver
    a poesia que se esquece,
    só,até à inanição...

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