mudam de lugar, vão mudando o mundo. Quando
olhamos só os vestígios ficam
da mudança. E não sabemos antes a figura
em que pouco se demoram as paisagens. Só o poema
a dá enigmática e evidente.
Dirão que é esse o rosto da morte que nos olha, mas
não o creias e canta antes a figura do que desapareceu
como a própria doação da figura enquanto as paisagens
mudam com o mundo. Para a frente há ainda a noite
da terra que apaga e acende a última praia
e o seu elogio por quem se despede enquanto dura.
(Manuel Gusmão, A Terceira Mão, 2007)
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