Os altares do sacrifício estão sempre acesos.
Somos o teu gado, Senhor.
Às vezes ordenas que suspendamos a mão sobre o filho.
A faca no ar perdeu o peso?
Agradecemos esta vez como se fosse sempre
mas deixamos o gume apontado ao coração dos homens.
Troca-se filho por cordeiro, troca-se de sangue
como se troca a camisa.
Um homem está sentado à porta da taverna
entre o vinho e o sol. Tem os dentes podres
cheios de buracos. A respiração passa pelas gengivas.
Também elas em sangue e vinho.
(Rosa Alice Branco, "Gado do Senhor", &etc, 2011)
Por quanto tempo ainda será assim?!
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