Livro a livro, dia a dia, verso a verso
se teceu de mais noite o que antes fora dia.
Mas antes de morrer olha o que foi disperso
de tudo o que amaste e que a ti te fazia.
Olha os dias de inverno quando eras tão novo
que nem frio nem morte se lembravam de ti.
As montanhas à roda e um grito de novo
a nascer do olhar e do amor que não vi.
O peso da memória? Não, antes leveza
de uma cidade viva só nesta glória
que chamo quem conheça a cantar na certeza
que vivemos os anos por detrás da História.
Sem Palavras...
ReplyDeleteTambém para Si Chaves Musa inspiradora(...)
"As montanhas à roda e um grito de novo
a nascer do olhar e do amor que não vi."
In Alcipe Tim Tim no Tibete
"Ouve apenas o balbuciar,
o sopro antes da voz,"
In Lendas da Índia
Luis Filipe Castro Mendes
Citado com admiração
Isabel Seixas
OS ANOS 60 em CONDE DE ÓBIDOS
ReplyDeleteE ali estava aquele barco "imenso"
para levar o meu amor "imenso"...
Diante de mim
aquela mancha militar
verde azeitona
e eles assim
aprumados
encarreirados na parada
alheios de política ou de glória
quando tantos outros
sabiam
e escondiam
que a guerra não valia nada
Tantos foram os beijos e as lágrimas
que me deixaram( dias e dias) o rosto num rubor profundo
enquanto rumo aos mares do sul
aquele imenso e maldito barco
o levava para o fim do mundo
Fiz um calendário como os presos
mas quando risquei o primeiro dia
vi que faltava tanto tanto
que aumentava mais a saudade que sentia
Lembro- me ainda hoje daquele cais
e de ver o imenso barco ao largo
pequenino...pequenino
lembro também
a raiva que senti:
umas senhoras bem, mas sem beleza
sorriso aberto
e avental
(que vira ao longe
beijando os nossos homens)
indiferentes a passar por mim
gloriosas comentavam
"Afinal os cigarros chegaram para todos
Mais uma vez
isto até não correu mal"
Mais uma vez belos poemas. Também passei por Chaves. Também fui para a guerra Também fui anos sessenta.
ReplyDeleteEstou comovido.
Daniel Maria
"Vivemos os anos por detrás da História"
ReplyDeleteIn Alcipe
Estava a pensar na profundidade de alguns versos quando personalizados, este então é de uma versatilidade quase permissiva desde porta como trave de madeira e ferrolho a ultimar a estrofe e os sentidos a encosta livros como vidas que fluem por si autónomas e livres com identidade própria.
De qualquer forma brilhante, vou dar a conhecer a outros Flavienses afetivos, até porque me identifico com Ele.
Pagando direitos de autor ,claro
Isabel seixas
Hoje vou citá-Lo e recitá-Lo neste Poema em homenagem e recordação ao Dr. Júlio m Montalvão Machado às 18 horas no Hotel Forte de S. Francisco(A convite do PS local).
ReplyDeleteEspero que não se importe, fá-lo-ei com todo o respeito que o Sr. e o dr. Júlio me merecem.
Fico muito sensibilizado
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