Sunday, July 31, 2011

Portugal, o Verão


Resplandece - é o termo - o que te cerca
e o mundo não conhece mais melancolia.
Tudo o que foi passado (lembras-te
daquela praça do Norte onde chovia,
da catedral gótica incensada pelo nevoeiro
e dos teus versos hesitantes?)
vai sendo soberbamente varrido por esta luz
mediterrânica e secretamente trágica
que te rodeia
e da qual nasceste.

Não há fuga possível
do sol.

3 comments:

  1. Torra-me o sol,
    Não me deixa respirar.
    Desnuda corpos,
    Martiriza o olhar.
    O meu tempo é neblina
    Com árvores a desfolhar.
    É um olhar melancólico
    Para o inverno a chegar.
    Fortalece-me esse tempo,
    Que é sem o ser.
    Outono que deixa o Verão
    Para o Inverno chegar.
    Céu cinzento
    E uma brisa do mar.

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  2. Não há fuga possível do sol?
    Isso foi ontem...

    e subitamente hoje não houve
    fuga possível da chuva
    este é o tempo
    caprichoso
    intermitente
    e cruel
    que nada sabe dos sonhos
    de tanta gente
    que trabalha
    o ano inteiro
    que espera do sol
    a cicratização
    das rotinas
    que sente na alma
    uma imensa alegria de partir...

    mas quem sabe amanhã será diferente
    e o mar
    até o mar
    voltará a sorrir

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  3. Portugal
    Georges Moustaki
    Oh muse ma complice
    Petite sœur d'exil
    Tu as les cicatrices
    D'un 21 avril

    Mais ne sois pas sévère
    Pour ceux qui t'ont déçue
    De n'avoir rien pu faire
    Ou de n'avoir jamais su

    A ceux qui ne croient plus
    Voir s'accomplir leur idéal
    Dis leur qu'un œillet rouge
    A fleuri au Portugal

    «Portugal, o Verão
    Resplandece - é o termo -»In Alcipe

    Citados por Isabel SEixas

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