À noite, há um ponto do corredor em que um brilho ocasional faz lembrar um pirilampo. Inclino-me para o apanhar - e a sombra apaga-o. Então, levanto-me: já sem a preocupação de saber o que é esse brilho, ou do que é reflexo. Ali, no entanto, ficou uma inquietação; e muito tempo depois, sem me dar conta do motivo autêntico, ainda me volto no corredor, procurando a luz que já não existe.
Qualquer dia nem este existe...
ReplyDeleteÉ, divinal.
ReplyDeleteDeus
À noite, há um ponto do corredor
em que um brilho ocasional faz lembrar
um pirilampo. Inclino-me para o apanhar
- e a sombra apaga-o. Então,
levanto-me: já sem a preocupação
de saber o que é esse brilho, ou
do que é reflexo.
Ali, no entanto, ficou
uma inquietação; e muito tempo depois,
sem me dar conta do motivo autêntico,
ainda me volto no corredor, procurando a luz
que já não existe.
Nuno Júdice, in "Meditação sobre Ruínas"