Thursday, December 27, 2012

Ainda o burlão: o poder do bacalhau


Ana Gaspar, da VIDA, explicou ao que Baptista da Silva se apresentou na associação em Agosto, dizendo que queria colaborar e que poderia ser útil pelos conhecimentos em economia social e pelos seus contactos. Confrontados com o estudo sobre pobreza e crescimento, com gráficos digitalizados e em papel normal, começaram a surgir dúvidas, lembra Ana Gaspar, recordando ainda que, internamente, questionaram o facto de o cartão de um consultor da ONU ter um logótipo errado e um email do Gmail em vez de um endereço oficial.
Numa pesquisa na internet, além de não encontrarem referências a Baptista da Silva, perceberam facilmente que a faculdade do Wisconsin não existia e a tese era plagiada. Na continuação da análise da informação dada por Baptista da Silva sucederam--se as incongruências: dizia-se fundador do Instituto Piaget, algo desmentido; dizia-se bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, também em sustentação; mais demorado foi conseguir o desmentido da ONU, mas também esse contacto arranjaram. Ainda em Setembro ficou concluída a investigação, com o veredicto de impostor. Sem faltar a informação de que Baptista da Silva tinha cadastro, obtida na polícia. “Não o voltámos a contactar e decidimos avisar outras organizações”, disse Ana Gaspar, confessando- -se surpresa por, ao contrário do que fez a Associação Abril, o International Club of Portugal ter acusado a recepção do email e ter mantido a conferência.
Questionado sobre como foi possível ignorar um email que continha links para a tese plagiada e contactos da ONU em Nova Iorque, Manuel Ramalho lamentou não lhe ter dado atenção “em tempo útil”, explicando que pesou o contexto em que foram apresentados: um almoço em Maio na Academia do Bacalhau.
(jornal i, ed. digital de hoje)

8 comments:

  1. "Ainda o burlão"
    Haja lata...

    "o poder do bacalhau"
    A conferir idoneidade...


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  2. Haja paciência, olho aberto e pé ligeiro para os burlões que nos rodeiam.

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  3. A velha senhora opina impulsivamente, sem peso nem medida. E eu, como lhe acho piada, às vezes esqueço que há coisas, além dos palavrões, que não podem passar nesse blogue. Espero que, assim eufemisada, a sua rimalhice passe:

    too 'much ado about nothing'
    tanta coisa por tão pouco
    burlão sim mas diz verdades

    passings relvings & cavaquing
    destes pouco ou nada ouço
    nem das suas falsidades

    burlões todos mais gasparing
    nenhum mesmo co'arcabouço
    hão de se ir e seus compadres

    alcipe amor felicidades
    (ressalvo as necessidades)

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  4. Caro Alcipe
    Este seu post é delicioso. Tem um começo, que é um achado. E um final que lhe não fica atrás!
    Ai esse humor sibilino...

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  5. sem duvida que este sr introduziu um elemento divertido no meio duma crise triste e no caso presente completamente inofensiva, ninguem saiu com a conta bancaria diminuida, ou a casa arrombada, é certo que deve ter sido humilhante ou embaraçoso para quem o convidou, ou o apresentou no gremio literario, ou o levou ao expresso da 1/2 noite, ou debateu com ele com cara séria, etc, sim devem ter ficado envergonhados umas horas.
    há um ditado português que se aplica a estas situações, não me lembro agora qual.
    mas nem sequer foi a sopa da pedra, em que o autor da receita se comeu a sopinha cheia de carne e feijão, não, o sr não comeu nada, os outros comiam as suas palavras é o que era. nem sequer foi como as do que se fizeram passar por carlos e isabel (felizmente). no fundo foi uma brincadeira bem feita e agora a este sim vão persegui-lo judicialmente, processá-lo!!
    história divertida em tempos tristes, sem duvida, venham mais como esta, e aqui vão os meus cumprimentos para o sr artur baptista da silva.

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  6. Ó Alcipe eu sei que vem tudo no i.
    Mas a Ana Gaspar, da VIDA, é seu. :-))O lamento do Manuel Ramalho é deles, de facto.
    Daí o humor. Deles, seu, nosso.
    Qualquer dia você zanga-se comigo e com as minhas ilações. Mas este é o meu "encanto"!
    E seu, também.

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