Ambivalência é, decerto, não sei se me deite se me levante... Além de que só se for por cima ou no chão ao lado já não há espaço... Ou então o senhor (presumo)nú de vencido e a senhora pronta para outra... Vivência claro. Ou ... (Tenho de fazer o almoço)
No seu blogue 'fio de prumo' e em resposta a um comentário seu, publicou a cara Helena Sacadura Cabral umas 'rimalhices' da velha senhora, que poderão interessar, presume a senhora, a autores e leitores do 'duas ou três coisas' e do 'Tim Tim no Tibete' que se preocupam com questões de censura, dignidade e poesia. Por isso, manda-me que as mande agora, as rimalhices, a ambos os blogues - até, diz rindo, para ver se passam…Executo-me:
1. "…nunca tive de a censurar, porque comigo sempre se portou bem" (HSC dixit)
minha helena preferida nunca eu mal me comportei com ninguém na minha vida 'nunca' é trop dire? não sei
sei que quando fui querida mal portar-me era de lei e a censura proibida bem gozaram bem gozei
a censura essa é ridícula num país em liberdade muito mais que o palavrão
se ele ofende é só a aurícula e ela ofende a dignidade ele é digno e ela não
2. "A Velha Senhora… tem uma enorme capacidade de poetar" (HSC)
eu tenho que lhe dizer lá tenho que repetir não é poeta quem quer e eu nem quero - deixo-me ir
rimalho muito - que o posso trabalho co'um certo afinco na métrica assim por grosso mas não poeto - só brinco
Este quadro, caro Alcipe - um dos que mais gosto de Hopper -, é o retrato da vida de muitos de nós, do desalento, da desesperança, do desejo que morre antes de despontar. É também um murro no estômago na vida de certas mulheres que perderam a força e a voz. Ou que nunca a tiveram... Obrigada, meu querido amigo!
Ai esta Velha Senhora, Que encantos ainda tem! Ao Francisco ousa dizer O que não diz a ninguém.
Calculo que muito ousará Na palavra ou na crítica E que ele só a censurará Por educação ou política
Mas a mim não acontece Relatar-me coisas dessas Queixa-se só dos amores E da falta que eles lhe fazem São os goles nos licores Que lhe lembram velhas promessas.
Chega todos, cara amiga, O tempo de recordar. Quem ama sempre litiga Ao ver o tempo passar...
Np âmbito da diversificação das minhas actividades empresariais, com autorização da Senhora Engenheira e aguardando apoios da CPLP, fundei a editora Pornolusofonia, que se destina a dar a conhecer melhor as poucas vergonhas de expressão portuguesa e a fomentar o intercâmbio de experiências, sob as mais amplas e diversas posturas.
Venho solicitar-lhe, Senhora Dona Velha, a sua colaboração neste projecto de expressão universal.
Nada em ti me comove, Natureza, nem Faustos das madrugadas, nem campos fecundos, Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro, A solene dolência dos poentes, além.
Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções, Da poesia, dos templos e das espirais Lançadas para o céu vazio plas catedrais. Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar Dessa velha ironia a que chamam Amor.
Já farta de existir, com medo de morrer, Como um brigue perdido entre as ondas do mar, A minha alma persegue um naufrágio maior.
Paul Verlaine, in "Melancolia" Tradução de Fernando Pinto do Amaral
...anda a gente distraída tentando repor em dia os estragos cá de casa das "semanas culturais"
e eis que aqui no Tibet a poesia anda à solta tão ousada e atrevida (nem me atrevo a dizer mais) que talvez seja melhor acho eu, é coisa minha antes de olhar pró écran
Pois à velha senhora, dêem-lhe dois Alvarinhos e ninguém a cala:
merecer não merecer não será qualquer francisco que imporá seu parecer quanto aos riscos que rabisco que os publique ou não publique vivó o verde e o alambique hic hic
mas meu jov'embaixador veja acima e saberá que já tenho um editor com postura e alvará mata líbido comigo manda à fava o ex-amigo
vivó o verde e vivó mata que ninguém nos hic empata hic hic
A aurora dos apetites Lembra-me a velha Aurora, Quando ainda não tinha tiques, E dos prazeres era amante. Foram-se os amores de outrora, Ficou a velha Senhora, Que agora, coitada, só chora Pelo Mata trovador, Pelo Mata que ela adora.
Ó Minha bela amiga, já lhe atribuí um rosto. Mas amigos mais sabedores disseram que não. Agora, não sei não. O maroto tem jeito para a poética, deve ter sido um bom rapioqueiro, tem graça e língua solta. Tudo condimentos apreciáveis. Cheira-me que seja da CD, que nos conhece a todos e que tem sentido de humor! Mas quem? Só com blind date, e eu sou velhinha para isso...
a imagem do tédio, ou de não terem nada que fazer alem de estar espreguiçados à espera da noite mais fresca, então sairão.
ReplyDeleteOu talvez o desespero...
ReplyDelete...ou uma relação já sem graça...
ReplyDeleteAmbivalência é, decerto, não sei se me deite se me levante...
ReplyDeleteAlém de que só se for por cima ou no chão ao lado já não há espaço...
Ou então o senhor (presumo)nú de vencido e a senhora pronta para outra... Vivência claro.
Ou ...
(Tenho de fazer o almoço)
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ReplyDeleteNo seu blogue 'fio de prumo' e em resposta a um comentário seu, publicou a cara Helena Sacadura Cabral umas 'rimalhices' da velha senhora, que poderão interessar, presume a senhora, a autores e leitores do 'duas ou três coisas' e do 'Tim Tim no Tibete' que se preocupam com questões de censura, dignidade e poesia. Por isso, manda-me que as mande agora, as rimalhices, a ambos os blogues - até, diz rindo, para ver se passam…Executo-me:
ReplyDelete1. "…nunca tive de a censurar, porque comigo sempre se portou bem" (HSC dixit)
minha helena preferida
nunca eu mal me comportei
com ninguém na minha vida
'nunca' é trop dire? não sei
sei que quando fui querida
mal portar-me era de lei
e a censura proibida
bem gozaram bem gozei
a censura essa é ridícula
num país em liberdade
muito mais que o palavrão
se ele ofende é só a aurícula
e ela ofende a dignidade
ele é digno e ela não
2. "A Velha Senhora… tem uma enorme capacidade de poetar" (HSC)
eu tenho que lhe dizer
lá tenho que repetir
não é poeta quem quer
e eu nem quero - deixo-me ir
rimalho muito - que o posso
trabalho co'um certo afinco
na métrica assim por grosso
mas não poeto - só brinco
Este quadro, caro Alcipe - um dos que mais gosto de Hopper -, é o retrato da vida de muitos de nós, do desalento, da desesperança, do desejo que morre antes de despontar.
ReplyDeleteÉ também um murro no estômago na vida de certas mulheres que perderam a força e a voz. Ou que nunca a tiveram...
Obrigada, meu querido amigo!
A velha senhora diz-se alérgica às alturas e restringe-se ao essencial: viver e não morrer, amar gozar e não sofrer, liberdade e não au(s)to(e)ridade.
ReplyDeleteesperamos o quê?
esperamos morrer
entretanto - pois quê?
nós queremos viver
não deixamos - qual quê!
que nos venham f-lixar
vida livre nos dê
todo o amor e prazer
assim mesmo - pois é!
nada mais há de ser
Ai esta Velha Senhora,
ReplyDeleteQue encantos ainda tem!
Ao Francisco ousa dizer
O que não diz a ninguém.
Calculo que muito ousará
Na palavra ou na crítica
E que ele só a censurará
Por educação ou política
Mas a mim não acontece
Relatar-me coisas dessas
Queixa-se só dos amores
E da falta que eles lhe fazem
São os goles nos licores
Que lhe lembram velhas promessas.
Chega todos, cara amiga,
O tempo de recordar.
Quem ama sempre litiga
Ao ver o tempo passar...
Adoro o(s) "poemar"(es)à desgarrada...
ReplyDeleteEstão o máximo.
"Não é poeta quem quer"
ReplyDeleteDiz-nos a "velha senhora"
Pois rimalhe e se merecer
Publico-a na hora.
Estimada e Prezada Senhora Dona Velha
ReplyDeleteNp âmbito da diversificação das minhas actividades empresariais, com autorização da Senhora Engenheira e aguardando apoios da CPLP, fundei a editora Pornolusofonia, que se destina a dar a conhecer melhor as poucas vergonhas de expressão portuguesa e a fomentar o intercâmbio de experiências, sob as mais amplas e diversas posturas.
Venho solicitar-lhe, Senhora Dona Velha, a sua colaboração neste projecto de expressão universal.
Cumprimentos respeitosos e sempre libidinosos
a) Feliciano da Mata, editor, Golungo Alto
A Angústia
ReplyDeleteNada em ti me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.
Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.
Já farta de existir, com medo de morrer,
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.
Paul Verlaine, in "Melancolia"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
Tema(s): Alma Angústia
Vai bonita a Brincadeira...
ReplyDeleteEdward Hopper, Verão na Cidade...
Clivagens...
De facto é tão expressivo o quadro.
...anda a gente distraída
ReplyDeletetentando repor em dia
os estragos cá de casa
das "semanas culturais"
e eis que aqui no Tibet
a poesia anda à solta
tão ousada e atrevida
(nem me atrevo a dizer mais)
que talvez seja melhor
acho eu, é coisa minha
antes de olhar pró écran
reparar se tem "bolinha"...
Mas o que para aqui vai...
ReplyDeleteA não perder.
Pois à velha senhora, dêem-lhe dois Alvarinhos e ninguém a cala:
ReplyDeletemerecer não merecer
não será qualquer francisco
que imporá seu parecer
quanto aos riscos que rabisco
que os publique ou não publique
vivó o verde e o alambique
hic hic
mas meu jov'embaixador
veja acima e saberá
que já tenho um editor
com postura e alvará
mata líbido comigo
manda à fava o ex-amigo
vivó o verde e vivó mata
que ninguém nos hic empata
hic hic
Ri de gosto com esta desgarrada!
ReplyDeleteAlcipe do meu coração
Quem liberta o Feliciano
Dá asas à imaginação
De cristão, virou profano
E da porno se encantou.
Agora quer publicar
O que o amor lhe ensinou.
Diga-lhe você, meu amigo,
Que o país não amansou
Só parece tolerante
Para quem nunca editou.
O minha velha senhora
ReplyDeleteNem Francisco nem Alcipe
Tem do Mata a aurora
Que lhe acordaos apetites
Feliciano da Mata, trovador
A aurora dos apetites
ReplyDeleteLembra-me a velha Aurora,
Quando ainda não tinha tiques,
E dos prazeres era amante.
Foram-se os amores de outrora,
Ficou a velha Senhora,
Que agora, coitada, só chora
Pelo Mata trovador,
Pelo Mata que ela adora.
Oh Helena ainda um dia lhe vou perguntar quem é esta velha senhora que toda a gente conhece...
ReplyDeleteÓ Minha bela amiga, já lhe atribuí um rosto. Mas amigos mais sabedores disseram que não.
ReplyDeleteAgora, não sei não. O maroto tem jeito para a poética, deve ter sido um bom rapioqueiro, tem graça e língua solta. Tudo condimentos apreciáveis. Cheira-me que seja da CD, que nos conhece a todos e que tem sentido de humor!
Mas quem? Só com blind date, e eu sou velhinha para isso...