UM FIO SOLTO
para o Jorge Roque
Encontrá-lo aí mesmo, como se
pendurado no vazio. Desenredá-lo levemente
e puxar, procurando aquele ponto de tensão
sem, no entanto, o encontrar. Puxar mais e
mais, fervorosamente. Daí a nada
mais parece que é o fio que te puxa a ti.
E puxa, horrorizando-te, enquanto
imaginas que costura do teu mundo
agora se descose.
(Diogo Vaz Pinto, "Nervo", Lisboa, Ed. Averno, 2011)
Caro Alcipe
ReplyDeleteNão conhecia. Mas em compensação fui colega de um Diogo Vaz Pinto, em Económicas com quem me "pegava" muito.
Vou informar-me sobre o poeta. Meu Deus quando penso que sei alguma coisa, afinal...não sei nada!
e no entanto "cada um sabe as linhas com que se cose" não é?
ReplyDeleteMuito bom, o poema de Diogo, como o resto. Obrigada pela partilha,
ReplyDeleteMjoão