Tuesday, August 16, 2011

Para quê poetas em tempos de indigência?


"Quando se encontra nas obras de génio, o conhecimento do vazio e da falsidade irremediáveis de toda a beleza e de toda a grandeza é, em si mesma, uma real beleza que enche a alma. Nessas obras, o próprio espectáculo do nada é algo que parece vir engrandecer a alma do leitor, elevá-la, satisfazê-la consigo própria e com o seu desespero. (...). Além do mais, o sentimento do nada é o sentimento de uma coisa morta e mortal. Mas se este sentimento está vivo (...) a sua vivacidade prevalece, na alma do leitor, sobre o nada que ele faz experimentar e alma recebe a vida, nem que seja passageiramente, da própria força com que experimenta a morte perpétua das coisas e a sua própria"

Leopardi, "Zibaldone"

3 comments:

  1. "Mínimo sou,
    Mas quando ao Nada empresto
    A minha elementar realidade,
    O Nada é só o resto."

    Reinaldo Ferreira

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  2. Caro Alcipe
    Debato-me se nada e vazio serão sinónimos. Tenho dúvidas.
    Posso não ser nada e contudo não ser vazia...

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  3. Posso
    não
    ser
    nada

    "Portanto é alguma coisa?"

    e contudo
    não ser
    vazia...

    Nada com alguma coisa ou cheia!...

    Bem esmeraram-se todos desde o post aos comentários, dão que pensar e como tenho fobia ao Burnout... À Tout à l'heure
    Isabel Seixas

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