Tuesday, August 30, 2011
Monday, August 29, 2011
Saturday, August 20, 2011
Para quê poetas em dias de chuva?
A praia à chuva
colhe toda a ironia da natureza
sobre os homens.
E leio:
"Obrigado por procurarem a eternidade da raça.
Mas a poesia, mes chers, não salva, não brilha, só caça."
Mísera sorte
a de um poeta à chuva!
(citação de Golgona Anghel, "Vim porque me pagavam", Mariposa Azual, Lisboa, 2011)
Friday, August 19, 2011
Tuesday, August 16, 2011
Para quê poetas em tempos de indigência?
Leopardi, "Zibaldone"
O traço do anjo
HÁ PALAVRAS QUE ANSEIAM SER DITAS
há palavras que anseiam ser ditas
como pássaros que teimam nas brumas
avançando na busca de um deus,
palavras que se ocultam
sob o silêncio de um olhar,
nascidas do mais puro coração,
lembra-me tal, sempre que me esqueça.
(Maria João Cantinho, "O Traço do Anjo", edium editores, Porto, 2011)
Monday, August 15, 2011
Afirma Roubini
Karl Marx had it right, at some point capitalism can self-destroy itself, because you cannot keep on shifting income from labour to capital without not having an excesse capacity and a lack of agregate demand. And that's what happening. We thought that markets work, and they are not working. What is individually rational, every firm has to survive and thrive in slashing labour costs even more, ignores that my labour costs are someone else income and consumption. That's why it's a self-destructive process. You cannot resolve this problem with liquidity. When there is too much debt, either you grow out of it or you save out of it. But If everyone spends less and saves more in the private and public sector you have the Keynesian paradox of thrift. And you can have a depression.
(Nouriel Roubini, in "The Wall Street Journal")
Sunday, August 14, 2011
Poema que não foi
Nunca saberás se o irias guardar,
publicar
ou entregar à roda cega do esquecimento.
Deixaste-o passar:
e quem sabe o que seria
esse poema?
As conchas a quebrar-se na praia.
Friday, August 12, 2011
As varandas de Al Mutamid
CASTELO DE SILVES : AS VARANDAS DE AL MUTAMID
Lá nessas altas varandas
onde o amor se consuma
as lajes onde tu andas
ganham um fragor de espuma
e luzem no mais escuro
miolo da solidão
e desfazem qualquer muro
que venha dizer que não.
Por isso as altas varandas
que o rei mouro poetou
só nas palavras que cantas
e nos versos que te dou
existem como um viver
que durou sem aparecer.
Saturday, August 6, 2011
6/8/1988 - 6/8/2011
que um dia se faz em dois:
proezas do calendário
no afecto de que sois
substância destes dias
que disfarço em poesias.
Citando Apollinaire e tudo
Entre a luz e a chuva
que recorda o outono que virá
- como na "vanitas" barroca as caveiras
pintadas nos lembram a precariedade.
Tudo é precário. Abram-me esta porta
a que eu bato a chorar
e deixem o vosso dinheiro escondido nas Ilhas Afortunadas.
Elas também irão afundar
e o Sol um dia esfriará
sobre os mares que as cobriram.
Tudo é precário.
A vida é variável e distancia-se de nós
cada dia:
"Ouvrez moi cette porte où je frappe en pleurant:
la vie est variable aussi bien que l'Eurype".
(GUILLAUME APOLLINAIRE)
Tuesday, August 2, 2011
Um excelente poeta: Diogo Vaz Pinto
UM FIO SOLTO
para o Jorge Roque
Encontrá-lo aí mesmo, como se
pendurado no vazio. Desenredá-lo levemente
e puxar, procurando aquele ponto de tensão
sem, no entanto, o encontrar. Puxar mais e
mais, fervorosamente. Daí a nada
mais parece que é o fio que te puxa a ti.
E puxa, horrorizando-te, enquanto
imaginas que costura do teu mundo
agora se descose.
(Diogo Vaz Pinto, "Nervo", Lisboa, Ed. Averno, 2011)
Monday, August 1, 2011
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