Enquanto isso, o procurador solicitou ao funcionário para lhe trazer o casaco do gabinete, para que pudesse tirar do bolso e ler algumas das quadras que escrevera e que quis que ficassem “expostas em verso”. E que passou a ler assim que a magistrada regressou à sala de audiências:
Adoro levantar cedo
E ter a obrigação cumprida
dos falsos tenho medo
são o pior que há na vida
(...)
São sete e pouco da manhã
Viajo de metro para o trabalho
Fi-lo ontem, falo-ei amanhã
Só sou aquilo que valho
Os comboios já vão cheios
Muitos se levantam cedo
Nas mulheres aprecio os seios
Mas têm outro enredo
(...)
Viajam brancos e pretos
Nacionais e estrangeiros
Alguns vivem em “guetos”
Outros em lugares foleiros
(...)
Entram uns, saem outros
É o frenesim da manhã
Levam-se alguns encontrões
Levo eu, e mulher minha.
E com este verso anunciou o procurador ser tudo “quanto a quadras”
(PUBLICO de hoje)
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O falo-ei (em vez de fá-lo-ei) tem obviamente um sentido fálico.
ReplyDeleteforma simples e humilde, a quadra. Mas se bem fabricada, podem sair maravilhas de ritmo e sentido (como estas)
ReplyDeletePor amor de Deus, tudo isto é ridículo... é ironia sua, espero, Patrício Branco!
ReplyDeletegosto destas quadras, não é ironia.
ReplyDeletea quadra pode ter uma graça especial. até f pessoa as escreveu.