Wednesday, October 20, 2010

Diplomacia e Poesia

Many diplomats have used poetry in their diplomatic work: wrapping words in silk is the diplomat’s job. A diplomat may turn a lie into a ‘constructive ambiguity’ – which is a way of defining poetry. Some poets have been diplomats – Neruda, Claudel, St. John Perse. It’s an occupational hazard: the stimulating place, the sheltered existence – and the ability to paraphrase the unknowable. Few diplomats will admit to using poetry as a survival strategy.
Diplomats are like sentinels at an outpost scrutinising the desert beyond. Expecting the barbarians never to appear over the hazy horizon, they sceptically await the inevitable improbable. Meanwhile, drill replaces skill. From dawn till dusk and deep into the night beyond, on the parade grounds, they are made to practice coherence and coordination as if their career depended on it. In an attempt to strengthen morale and impart character, chanting of ‘public diplomacy’ mantras has been taken up. Numbing menial jobs – arranging ministerial junkets, tripping bleary-eyed through dilapidated factories – replace detention.
Diplomats are like watchmakers: their art is hidden inside a bland, if polished, case. Only a couple of hands, forever going round and round to no apparent purpose, betray the existence of an intelligent design. The best designer is the one who leaves no signature – just invariant perfection. Creating a masterpiece, however, is a rare opportunity.
In daily diplomatic routine one is to judge the quality of a negotiated text not by its content, but by its discards. At the end of the day, under a diplomat’s table one may find crumpled amendments, execrable points of order, and many a plain word. The box of useless qualifiers, the well of slimy compromises, lie about empty.
To survive, a diplomat needs poetry. Filed amidst the many layers of the brief, the short poem will refresh the bleary mind. Poetry brings distance – hence perspective and insight. Poetry reminds the diplomat that the best professional is the amateur.
Most deeply – poetry is truth.

(Aldo Mateucci)


Mr Aldo Matteucci graduated from the Swiss Federal Institute of Technology (ETHZ) in Agriculture, and from Berkeley in Agricultural Economics. He spent three years in East Africa doing research on land use, then in Maryland, working on rural development. In 1977 he joined the Swiss Federal Office of Economic Affairs. He was deputy director of the EUREKA Secretariat in Brussels, and from 1994 to 2000, deputy secretary general of EFTA. He obtained early retirement upon leaving EFTA.

7 comments:

  1. há muito diplomata que escreve poesia, ficção, memórias, diário, autobiografia, mas não conheço nenhum (falha minha, certamente) que tenha escrito poesia cujo tema ou mote é a diplomacia.
    Tambem há politicos, médicos, operários que escrevem poesia e outros géneros literários. O politico manuel alegre escreve excelente poesia.
    Mas o melhor é serem actividades separadas: quando se escreve literatura, deve se dar o melhor para ela sair bem: quando horas depois se trabalha na politica deve se fazer igual.

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  2. Experimente ler "Les Cartes Postales" de Henry Jean Marie Levet...

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  3. obrigado pela indicação, desconhecia o nome, vou ver.

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  4. quando a patrícia branco diz que manuel alegre escreve excelente poesia, há logo um fosso estético que nos separa. mas isso pouco importa. queria só fazer notar ao alcipe que me parece bem melhor qd as coisas vão separadas. lembro um colega, na faculdade de direito, que dizia que "o direito civil era muito bonito". lembro-me desta frase e do asco que senti pela total confusão que revelava. alguém que diz que o direito civil é bonito, o que diz da vitória de samotrácia? dum verso dum helberto helder? ou duma área de mozart? o mesmo aqui se aplica, não lhe parece? a prosa diplomática tem de ser enxuta, bem escrita (o que nem sempre sucede...) e elegante. o poema quer-se como o poeta o sonhar. e nem tem de ser elegante, como o larkin testemunha...

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  5. Caro Anónimo
    Abri uma excepção, por si, à regra que me impus de não publicar comentários anónimos.

    O que eu penso é que quer a prosa diplomática, quer a poesia, quer o direito civil (modelo do Stendhal, não se esqueça) exigem o máximo rigor posto na palavra. Só isto.

    Não acha o Larkin elegante? Eu acho...

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  6. rigor sim, estou plenamente de acordo. o larkin elegante? tem dias. mas não creio q alguns poemas sejam citáveis num jantar pago pelo abono de representação. seja, como for, alguns do al berto tb não são e é talvez isso q faz dele um grande poeta.

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  7. Tudo depende do grau de puritanismo do interlocutor ou da interlocutora no dito jantar...

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