Eu gosto dos jantares de província, em Trás-os-Montes ou na Alsácia,
onde todos sabem tudo das pequenas vidas
em redor e tudo se diz entre sub-entendidos de traço largo,
aonde finalmente vem coalhar toda a má língua
no cimo do leite da ternura humana.
Eu sou um rapaz de província.
Eu podia ter tido um ensino de excelência no tempo de Salazar, sabiam?
E não obstante escolhi ficar na província, nessas terras onde hoje
já ninguém me conhece (e porque haviam de me conhecer?).
Após um bom e bem bebido jantar na província alsaciana,
onde tanto mal se disse de Paris, Senhor!, à esquerda e à direita,
senti-me regressar à pequena cidade do Norte onde não sei se fui feliz,
mas onde aprendi que, das nossas capitais,
nós, provincianos, só podemos desconfiar, cuidar-nos
ou finalmente sorrir.
onde todos sabem tudo das pequenas vidas
em redor e tudo se diz entre sub-entendidos de traço largo,
aonde finalmente vem coalhar toda a má língua
no cimo do leite da ternura humana.
Eu sou um rapaz de província.
Eu podia ter tido um ensino de excelência no tempo de Salazar, sabiam?
E não obstante escolhi ficar na província, nessas terras onde hoje
já ninguém me conhece (e porque haviam de me conhecer?).
Após um bom e bem bebido jantar na província alsaciana,
onde tanto mal se disse de Paris, Senhor!, à esquerda e à direita,
senti-me regressar à pequena cidade do Norte onde não sei se fui feliz,
mas onde aprendi que, das nossas capitais,
nós, provincianos, só podemos desconfiar, cuidar-nos
ou finalmente sorrir.
Por si acaso
ReplyDelete"cuidar-nos
ou finalmente sorrir."
Abraço