Sendo hoje o meu (nosso, estas coisas fazem-se a dois) aniversario de casamento, torna-se-me mais nítido o quão relativo se faz um percurso profissional no balanço total da nossa vida. No romance "O Leopardo" o príncipe Salina, na hora de morrer, conclui que a soma dos momentos com sentido que teve durante toda a sua vida preencheriam no máximo o tempo de um dia. Nao poderei eu dizer o mesmo. Como no poema de Rene Char que um dia te mandei:
Merci d'être sans jamais te casser
Iris, ma fleur de solitude!
Merci d'être sans jamais te casser
Iris, ma fleur de solitude!
Muitos parabéns.
ReplyDeleteParabéns!
ReplyDeleteIsabel BP
Penso que os santos da casa também fazem milagres , permita-me lembrar este poema, é diferente claro mas tão bonito como o do René Char
ReplyDeleteface à data, escolhi os versos que considero mais adequados...
Acredito que a Sua Mulher também gosta deste Poema
Das Palavras
As palavras mais simples
foram as que te dei;
o amor não sabe outras,
só estas fazem lei.
As palavras de uso
mais comum e vulgar
são as que amor conhece.
(...)
E todos os mistérios
que se fazem promessa
e se perdem nos versos
e dos corpos nasceram
são aqui cerimónia
evidente e secreta
nas mais simples palavras
que conhece o poeta.
Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"
A ambos se deve esse percurso andado. É um facto - que só mais tarde percebemos - que a vida familiar vale muito mais do que a profissional. E que encontrar o amor é quase uma dádiva divina.
ReplyDeleteEu só o encontrei na segunda fase da vida...
Aí vai com muito carinho uma "coisa minha" que publiquei há uns anos e que gosto de oferecer aos amores de vida inteira
ReplyDeleteETERNIDADES
Foi no teu olhar que encontrei sempre a minha âncora
mesmo quando eras tu a desencadear os vendavais
a minha barca quase se afundava
coberta de ondas tremia
e depois se alevantava
mais forte, mais bela, mais segura
e quando fui eu a inventar as tempestades
e fiz tremer o casco dos navios
e nascer uma impensável escuridão
de rastos e olhar vadio
atravessei o nevoeiro
perdi a noção do norte e das estrelas
esqueci mesmo o bater do coração
à procura de um arco íris
e de novo
o teu olhar
a eterna razão que me trazia à tona de água
Então nadei até ao cais
exausta confusa arrependida
seguindo o único farol que me traz de volta a casa
ilumina o resto do caminho
e continua a dar sentido à minha vida
Que bonito o Seu poema Era uma Vez
ReplyDeleteQue bonito o Seu poema Era uma Vez
ReplyDeleteuns têm os anos de casamento a 6, os votos de felicidade e parabens, outros p ex a 10.
ReplyDeleteo poeta, os misterios, a cerimonia evidente e secreta, as palavras, etc etc
Obrigada querida homónima. Os amores de vida inteira são feitos de muitas cores e nevoeiros...(eu acho)
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