Dizem que era uma sardinha em cima da códea do pão e o sabor se fazia demorado outras vezes a sopa de couves escondia um bocado de morcela e em dia de festa (ah! dia feliz) era uma galinha refogada em cabidela
Às vezes o momento sonhado dava em tristeza às vezes o cansaço da espera era tormenta e então uma voz vazia nascida lá do fundo da fraqueza repetia oh homem de Deus aguenta aguenta aguenta...
Sobre o caso, a velha senhora tem vomitado palavrões em barda. Dado que dois deles, apesar de relativamente meigos e genuinamente vicentinos e/ou bocageanos, não passaram os critérios deste fino blogue, pedi-lhe que tentasse algo sem palavrões. A senhora zangou-se:
sou mulher uso jargão mulher usa-o sem pudor lá prás bandas do marão palavramos com vigor
…mas acabou por produzir isto, que espera(mos) possa passar:
ai aguenta um palavrão ai aguenta inda um maior quero mal a tal beltrão palavrão - essa é a questão - nenhum tenho ao meu dispor que me dê pró descompor lhe dê de(s)composição co'o devido mau odor
Esta Velha Senhora começa a lembrar-me um jovem muito prometedor que ao tempo conheci - inicialmente vocacionado para a antropologia cultural - e que, mais tarde se havia de virar para a diplomacia política. Foi assim, de repente, que me veio esta lembrança. A razão não a sei, mas dele conservo ainda hoje um livro que, então, me ofereceu...
"Apesar de relativamente meigos e genuinamente vicentinos e/ou bocageanos, não passaram os critérios deste fino blogue"
Ó cara velha Amiga, como admiro a sua capacidade de suavizar vernáculo em prol da moral e bons costumes dos blogues que frequenta.
Tenho-me equacionado se conhece o malta da rima, há quem diga que é menos Snob no recrutamento e admissão de rimas inéditas e temáticas feitas na hora, sem serem requentadas...
Ó meu amigo este é humor negro. O rapaz do aguenta, é que se aguenta.
ReplyDeleteÓ se aguenta. Assim também eu!
E os cães abandonados, cabeça baixa, a esconderem-se, cheios de frio, fome e vergonha, pelas esquinas dos prédios...? Ai aguentam, aguentam...!
ReplyDeletede ERA UMA VEZ
ReplyDeleteDizem que era uma sardinha em cima da códea do pão
e o sabor se fazia demorado
outras vezes a sopa de couves
escondia um bocado
de morcela
e em dia de festa
(ah! dia feliz)
era uma galinha refogada em cabidela
Às vezes o momento sonhado dava em tristeza
às vezes o cansaço da espera era tormenta
e então uma voz vazia
nascida lá do fundo da fraqueza
repetia
oh homem de Deus
aguenta aguenta aguenta...
"A oeste nada de novo" Part II ?
ReplyDeleteÉ sr. embaixador poeta...
ReplyDeleteUma imagem vale mais que mil palavras.
É preciso lembrar, para jamais esquecer, enquanto há tempo...
Sobre o caso, a velha senhora tem vomitado palavrões em barda. Dado que dois deles, apesar de relativamente meigos e genuinamente vicentinos e/ou bocageanos, não passaram os critérios deste fino blogue, pedi-lhe que tentasse algo sem palavrões. A senhora zangou-se:
ReplyDeletesou mulher uso jargão
mulher usa-o sem pudor
lá prás bandas do marão
palavramos com vigor
…mas acabou por produzir isto, que espera(mos) possa passar:
ai aguenta um palavrão
ai aguenta inda um maior
quero mal a tal beltrão
palavrão - essa é a questão -
nenhum tenho ao meu dispor
que me dê pró descompor
lhe dê de(s)composição
co'o devido mau odor
Esta Velha Senhora começa a lembrar-me um jovem muito prometedor que ao tempo conheci - inicialmente vocacionado para a antropologia cultural - e que, mais tarde se havia de virar para a diplomacia política.
ReplyDeleteFoi assim, de repente, que me veio esta lembrança. A razão não a sei, mas dele conservo ainda hoje um livro que, então, me ofereceu...
"Apesar de relativamente meigos e genuinamente vicentinos e/ou bocageanos, não passaram os critérios deste fino blogue"
ReplyDeleteÓ cara velha Amiga, como admiro a sua capacidade de suavizar vernáculo em prol da moral e bons costumes dos blogues que frequenta.
Tenho-me equacionado se conhece o malta da rima, há quem diga que é menos Snob no recrutamento e admissão de rimas inéditas e temáticas feitas na hora, sem serem requentadas...