Je le sais, un jour, à minuit ou au soleil levant,
Mes yeux s’éteindront au-dessus de Son livre,
J’arriverai alors à sa moitié peut-être,
Mais ne fermez pas le livre ...
Laissez-le ouvert pour que mon fils ou ma fille
Continuent à lire ce que leur père n’a pas réussi à lire.
Grigore Vieru (1935-2009)
A minha velha amiga rimalhadeira 'sonetilhou':
ReplyDeletepoeta havia de haver
por mais morávio que fosse
pra dar-me um dia o prazer
prazer assim agridoce
de ver alguém traduzir
a raiva de me morrer
a minha dor de me ir
com tanto livro por ler
também vinho por fruir
e gente linda pra amar
palavras pra rimalhar
como tosse doce posse
ai a angústia de partir
a morte é sempre precoce
Velha Senhora, rendi-me,
ReplyDeleteseu charme não é senil:
amar-me não será crime
-Pfulgriesheim 6000
é meu lar, minha morada,
o berço destes meus versos
onde espero a sua estada
contra os dias adversos.
a) Feliciano da Mata, poeta por premiar
A velha senhora, hoje aqui a almoçar comigo, ficou muito contente com os versos e o convite do Feliciano, que agradece. Mas insiste - impertinente que só ela (já vai no terceiro Alvarinho de aperitivo) - em que envie uma 2ª. versão do 'sonetilho', mais adequada, diz, por mor do parêntesis e do palavrão. Não sei se terá cabimento. (E eu aproveitava para corrigir o meu lapso: é 'moldavo', qual 'morávio'!):
ReplyDeletepoeta havia de haver
por mais moldavo que fosse
pra dar-me um dia o prazer
prazer assim agridoce
de ver poema imbuir
a raiva de me ir morrer
a minha dor de partir
com tanto livro por ler
(também vinho por beber
e tanto mar pra gozar
e gente linda pra amar
rimalho por não foder
posse doce coce tosse)
a morte é sempre precoce
Ó minha velha senhora,
ReplyDeleteo soneto era melhor
que a emenda, deite fora
os vinhos desse doutor
- dos versos terá melhora!
a) Feliciano da Mata, poeta por galardoar
Sim Senhor
ReplyDeleteE Acham isto bonito
eu nem queria acreditar
graças a Deus que conseguiu
velha amiga,alguns estigmas exorcisar...
Agora depois do louvor
reforço que nem acredito
Ao constatar esta trágica eminência
que é um sindrome de abstinência
que ao provocar-lhe dor a obriga a rimalhar...
Oh como a minha esperança inibiu
eu que julgava o seu vigor um fruto
de excelente atividade e também sexual
oh como a sua confidência me pôs de luto
Apavorada pela eminência de sofrer esse mal
Já nem desejo envelhecer
muito menos ir á Moldávia
quero mas é aproveitar até fenecer
mesmo que venha a perder a lábia
deste audacioso prazer e competência sábia
A minha querida velha amiga com os seus sindromes de privação
ReplyDelete(Que me fazem pena,mais ainda preocupação...
É a diferença, se fosse "Médico/homem mesmo reformado e impotente mantinha o estatuto e resmas de mulheres(presumindo que é hetero), já eu não vou ter esse problema as enfermeiras mantêm perpetuamente a aura e efeito de halo e de fetiche milenar, basta induzirem do ponto de vista sensorial a perceção de imagem de kepe/bandolete com cruz vermelha mini saia e avental com a mesma cruz e apagada a luz...
É a vida para tudo se quer sorte)
até me fez divagar em direção ao futuro e esquecer a mensagem implicita no poema, aliás linda de viver...
Claro que o meu Pai e alguns amigos e familiares deixaram o livro aberto e continuo a ler...
Sr. embaixador Poeta e Escritor hum que perícia na escolha do poeta e poema.Obrigada pela partilha , confesso que não conhecia.
um ponto de partida, na pagina onde um acaba começam outros, a continuidade, etc
ReplyDeletejá espiolhei esse poeta moldavo de lingua romena em 2 ou 3 antologias em paginas na rede. com um pouco de trabalho, um dicionario e gramatica, talvez até se consiga ler toscamente no original.
a ver.
A velha senhora ficou ontem numa tal irritação que nem se podia aturar. Diz-se mais calma(?) agora e manda-me mandar isto para 'boa amiga isabelinha e esse tal de francelino' (a caríssima Isabel Seixas, por certo, e o caro Feliciano da Mata, de quem terá confundido o nome):
ReplyDeleteconsigo que bem combino
ó querida isabelinha!
já com esse francelino
vindo da mata ou da linha
não atino só afino
+
o-pi-ni-ões caro jovem
poeta galardoado
em capa de velha chovem
deslizam e não me enfado
não me estorvam nem comovem
francelino faz poemas
não é crítico formado
não me meta em tais problemas
que por mim está perdoado
mais temas tenho e dilemas
brinco só à rimalhice
não a verso cultivado
prá chatice da velhice
não sofrer tão de mau grado
desagrado? tant pis. disse
+++
PS. A título informativo, em especial para o caro patrício branco: a minha velha senhora é tão escrupulosa que não se atreveria a elaborar nada sem se informar primeiro. Li, com ela e para ela, Grigore Vieru no original.
Caro Alcipe
ReplyDeleteDesculpe o abuso, como diria a caríssima Isabel Seixas, a quem a velha senhora dirige uma espécie de sonetilho de que solicita publicação:
não se fie isabelinha
no fetiche de enfermeira
médica mantenho a linha
mesmo assim não há maneira
velha idade não perdoam
os tolos homens que temos
nem nos olham sobrevoam
transparentes parecemos
gozar o dia
é hoje já
enquanto pode
que garantia
depois não há
com ninguém f...
Permita-me Sr. doutor Alcipe, a delicadeza do dever de resposta a uma senhora que muito Prezo e necessita ser cuidada/orientada para satisfação de uma necessidade humana básica.
ReplyDeleteOh cara velha amiga sorry, a Sra perdeu-se no divagar da patologia a desvendar a doença no reducionismo da visão Biomédica/cartesiana entre disfunções eréteis por falta de estimulos adequados deceções por más escolhas entre as quais mal amados...
Enquanto isso andam os seus testos abandonados,mas que importa se estão amolgados já considerou as potencialidades de outros órgãos também sensoriais não explorados?! ...
Renda-se á Duquesa de Alba se a última Hola não me engana ainda em núpcias, escreva-lhe quem sabe não lhe diz ou dá a receita do sex appeal e argúcias.
Ainda por cá Cara Velha Amiga é de manhã á tarde á noite e enquanto o caldo arrefece...
ReplyDeleteNinguém a manda ser Alfacinha...