Friday, February 3, 2012

Cancioneiro chinês

Adoro esta mulher moça e formosa,
Que à janela, a sonhar, vejo esquecida,
Não por ter uma casa sumptuosa
Junto ao Rio Amarelo construída…
- Amo-a porque uma folha melindrosa
Deixou cair nas águas distraída.

Tambem adoro a brisa do Levante
Não por trazer a essência virginal
Do pessegueiro que floriu distante,
No pendor da Montanha Oriental…
- Amo-a porque impeliu a folha errante
Ao meu batel no lago de cristal.
E adoro a folha, não por ter lembrado
A nova primavera que rompeu,
Mas por causa de um nome idolatrado
Que essa jovem mulher n’ela escreveu
Com a doirada agulha do bordado…
E esse nome… era o meu !
in Poesias Completas – António Feijó, Prefácio de J. Candido Martins, Edições Caixotim

6 comments:

  1. interessante poema um pouco naif, com algumas tonalidades de cesario. poeta que não li, para ir espreitar

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  2. Belos poetas existem na carreira diplomática. Feijó é um bom exemplo, mas eu prefiro o dono deste blogue!

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  3. Estava quase tentada a dizer : que romântico : )
    Mas nao. Direi antes que exotico e que bela descriçao visual : )

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  4. simpática helena
    que um deus a abençoe
    eu só tenho pena
    a inveja me dói

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  5. Pelo menos o poeta não é mal agradecido, talvez um pouco narcisico ou egocentrico ...

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  6. Isto foi, claro, a velha Senhora

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