Não me leiam, não me procurem:
entre montanhas e lagos,
pelos países do Norte,
feliz tal como Ulisses
embarcado pelos vikings,
fui seguindo a minha rota
e lendo o meu destino
nas entranhas das aves,
nas novas do orçamento.
Eu já pouco espero e pouco conto:
subir a uma montanha, avistar um lago
desde as alturas,
ouvir a canção de Solveig
por detrás das nuvens do meu entendimento,
isso basta às vezes para eu dizer
"agora vivi". Porque, na verdade,
grande parte da nossa vida a gente não a vive,
apenas está ali.
Está ali, conversa, tem opiniões, às vezes
até se indigna.
Mas viver?
Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
(Obrigado, O'Neill!).
De modo que na Noruega,
não nas visões do poeta Zé Gomes
(lá está o gajo outra vez a citar, ó malta da crítica…),
mas na paz familiar de uma casa à beira de um lago,
estive ocupado a viver, desculpem a ausência.
O programa segue dentro de momentos.
entre montanhas e lagos,
pelos países do Norte,
feliz tal como Ulisses
embarcado pelos vikings,
fui seguindo a minha rota
e lendo o meu destino
nas entranhas das aves,
nas novas do orçamento.
Eu já pouco espero e pouco conto:
subir a uma montanha, avistar um lago
desde as alturas,
ouvir a canção de Solveig
por detrás das nuvens do meu entendimento,
isso basta às vezes para eu dizer
"agora vivi". Porque, na verdade,
grande parte da nossa vida a gente não a vive,
apenas está ali.
Está ali, conversa, tem opiniões, às vezes
até se indigna.
Mas viver?
Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
(Obrigado, O'Neill!).
De modo que na Noruega,
não nas visões do poeta Zé Gomes
(lá está o gajo outra vez a citar, ó malta da crítica…),
mas na paz familiar de uma casa à beira de um lago,
estive ocupado a viver, desculpem a ausência.
O programa segue dentro de momentos.
A 'velha senhora' diz que pede desculpa por brincar com coisas sérias, como a poesia é, mas que não resistiu a citar e comentar o seu poeta amado:
ReplyDeleteporque 'eu já pouco espero e pouco conto'
'o tempo fez de chumbo a cinza fria'?
ele há versos assim que eu cantaria
mas, velha, voz não tenho e me amedronto:
preciso de alvarinho, porra! e pronto.
Alvarinho não mais, senhora amiga:
ReplyDeletevodka é o melhor pifo do mundo!
Dá-nos à beça força na cantiga
e faz nosso pensar bem mais profundo!
O amor inspira até nos vir o sono:
há pois que estar atento aos seus sinais.
A vodka torna o nosso amor sem dono,
mas é preciso cuidado com os demais!
E depois dormir, sem mais sonhos dormir
o sono de Hamlet feito de não ser,
já longe das questões e dos tumultos…
Quando o vodka, amiga, lhe subir
à mente, ao corpo, aonde bem quiser,
sentirá os prazeres dos mais cultos
E o vodka a fará ser mais Mulher!
A 'velha senhora' ficou banzada com o seu soneto mais um verso, caríssimo Alcipe:
ReplyDeleteporra santinho! - desculpai-me - assim não brinco!
mas que lição de rima e ritmo! - assim não vale!
desceis brincando aqui abaixo onde me afinco
com força a rimalhar - e ao ler-vos fico mal.
irei tentar o vodka em vez do alvarinho:
duvido bem que ao amor ou rima isso aproveite
mas, velha, ainda vou seguir esse caminho
pra amar, rimar, ritmar, beber com mais deleite.
todo o caminho novo que me dê prazer
será pra mim sempre melhor que falecer...